26/03/2009

BICO DE LACRE


Aves em Portugal - Bico-de-lacre comum


Nome comum: Bico-de-lacre comum

Nome Científico: Estrilda astrild

Nome em inglês: Common Waxbill

Pertencente à família Estrildidae esta ave de, aproximadamente 10 centímetros, é considerada uma das mais numerosas espécies de pássaros no planeta. É uma espécie originária da África, sendo introduzida em Portugal em 1964.

Apresenta uma cor cinzenta ou acastanhada, com o bico vermelho-vivo e com uma marca nos olhos também vermelha. É extremamente dificil determinar o género destas aves à vista desarmada. As marcas do macho apresentam, muitas vezes, um maior contraste e umacoloração no peito mais intensa. No entanto isto não constitui uma garantia segura. A exibição do macho é o único sinal seguro.

É uma espécie essencialmente granívora, consumindo muito raramente insectos. Esta ave encontra-se associada a uma grande variedade de meios, que vão desde habitats associados a zonas húmidas, como caniçais e outra vegetação que bordeja as linhas de água, assim como a arrozais e outros meios agrícolas. Provavelmente, a sua facilidade de adaptação a diferentes habitats, foi um dos factores mais importantes para o sucesso da sua introdução no nosso país.

Em Portugal nidifica praticamente ao longo do ano todo, excepto nos meses mais frios, o que também terá contribuido para o rápido sucesso da sua expansão. Tem várias posturas anuais, normalmente constituida por 4-6 ovos, brancos, e o periodo de incubação situa-se entre os 11 e os 12 dias. Os juvenis permanecem no ninho entre 17 a 21 dias. As crias são distaintas dos adultos pois apresentam uma plumagem incompleta e o bico preto.

Apenas como curiosidades...em Portugal esta ave expandiu-se mais rapidamente para o norte (cerca de 13km/ano) do que para o sul (6km/ano) a partir da área de introdução, e um dos locais de melhor observação situa-se no Algarve, na Ria Formosa.

SAIRA SETE CORES


Nome popular: SAÍRA-SETE-CORES

Nome científico : Tangara seledon



Distribuição :Sul e sudeste.

Habitat :Matas.

Fêmeas e jovens : As fêmeas e os jovens apresentam coloração com menos brilho.

Outras formas :No Brasil ocorrem cerca de dezenove espécies do gênero Tangara , todas de rica coloração. Algumas das mais conhecidas são:

Saíra-militar ou Saíra-de-lenço ( Tangara cyanocephala ) a Femea tem coloração mais opaca.

Saíra-Paraíso ( Tangara chilensis ) O macho e a fêmea são iguais.

Saíra-sapucaia ( Tangara peruviana ) A fêmea é esverdeada, sem perder o castanho da cabeça.

Saíra-largata ( Tangara desamaresti ) O macho e a fêmea são iguais.

Tipo de ninho : Na natureza consta que fazem ninho aberto, em forma de taça. Em cativeiro costumam aceitar caixa quadrada de madeira de 15 cm de lado.

Postura :2 a 3 ovos.

Incubação :13 dias.



Comportamento e reprodução : A Saíra-sete-cores é muito agressiva entre espécie, reproduz mais facilmente em viveiros arborizados, com apenas um casal por recinto.

Tamanho :13,5 cm.

Anel :3 mm.

TIETINGA


Ave presente na Amazônia brasileira principalmente ao sul do Rio Amazonas. É comum em bordas de florestas, capoeiras arbustivas com árvores esparsas e florestas de galeria, no estrato médio ou na copa.
Mede 29cm , vive aos pares ou em pequenos bandos bastante barulhentos, pousando com freqüência no alto de árvores em áreas abertas. Conhecido também como pipira (Mato Grosso), probexim, sanhaço-tinga (São Paulo), pintassilgo-do-mato-virgem, sabiá-tinga (Pernambuco).

SABIA DO BANHADO


Sabiá-do-banhado
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Embernagra platensis
Ficheiro:Embernagra platensis.jpg

Estado de conservação

Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Aves

Ordem: Passeriformes

Família: Emberizidae

Género: Embernagra

Espécie: E. platensis


Nome binomial
Embernagra platensis
(Gmelin, 1789)
Embernagra platensis é uma espécie de ave da família Emberizidae.

Pode ser encontrada nos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Os seus habitats naturais são: matagal tropical ou subtropical de alta altitude, campos de gramíneas de clima temperado, campos de gramíneas de baixa altitude subtropicais ou tropicais sazonalmente húmidos ou inundados e pântanos

JOÃO DE BARRO


NOME COMUM: João de Barro
OUTRO NOME: forneiro

NOME CIENTÍFICO: Furnarius rufus
FILO: Chordata
CLASSE: Aves
ORDEM: Passariformes
FAMÍLIA: Furnaridae
CARACTERÍSTICAS: Ninho medindo 30 cm de diâmetro na base. Paredes com espessura de até 5 cm.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: O joão-de-barro (Furnarius rufus) encontra-se desde Minas Gerais e Mato Grosso até a Argentina, onde é conhecido como Hornero. Um outra espécie habita o norte do Brasil e é conhecida como maria-de-barro, oleiro e amassa-barro.
É admirável a habilidade com que esta ave constrói a sua casa nos postes, nas traves das porteiras ou nos galhos de árvores desnudas. O ninho consiste em uma bola de barro, dividida em dois compartimentos. A porta, que permite ao pássaro entrar sem se abaixar, impede que o vento atinja o interior, pois é sempre voltada para o norte. Macho e fêmea ocupam-se ativamente da construção, transportando grandes bolas de barro que são amassadas com os bicos e com os pés. No compartimento maior, forrado com musgo, cabelos e penas, a fêmea deposita de 3 a 4 ovos brancos, três vezes ao ano.
O joão-de-barro é pouco menor que um sabiá, porém mais delgado. Sua cor é cor de terra, com a garganta branca e a cauda avermelhada. É uma ave alegre que gosta de conviver com o homem. Vivem em casais e passam os dias a gritar em curiosos duetos.



JOÃO DE BARRO



Não há dificuldade de se reconhecer um ninho de João de Barro (furnarius rufus). Na vizinhança imediata, nas árvores que as rodeiam ou nos paus dos currais, encontra-se uma casinha deste deste amigo do homem. Até nos postes elétricos e telefônicos, como se quisesse colocar-se em contato com a sociedade, vê-se uma bola de barro, que mais parece um diminuto forno antigo de padeiros.



Não alcança o tamanho de um sabiá. É na cabeça e dorso, se não tirante ao roxo, de cor ferrugem acanelada e na parte inferior mais claro, tendo o peito quase branco. Na Argentina ele é conhecido como "HORNERO (forneiro devido ao formato do ninho, semelhante a um forno barro)". Na Bahia e Pernambuco é conhecido por "AMASSA-BARRO".







Tem esta ave um porte corajoso, nada tímido, chega-se com estranha confiança bem perto do homem, corre, pula e grita, como que dando risos e gargalhadas, como se soubesse que é bem vista e bem vinda.







O que todos mais admiram nele é vê-lo, ouvi-lo cantar com sua forte voz que pode-se comparar ao entoou do galo, batendo também como este as asas, imitando-lhe a toada que vai de alto a baixo, acompanhado quase sempre pela fêmea. Tem a mania de interromper as pessoas, que ao pé dele conversam e de cobrir com a sua estridente voz a humana, de sorte que não resta mais do que resignar-se ao silêncio até que emudeça.



A ousadia e atrevimento desta ave, que é estranha a todos que pela primeira vez a observam, têm uma razão no respeito que lhe devotam. Pois os olhos não só dos brasileiros mas também dos povos do Rio da Prata, passa por ave santa e cristã. O joão-de-barro não trabalha no domingo. E, se por acaso, for surpreendido neste dia santo na construção da sua casa o vulgo alucinado encontra uma razão que explique esta exceção, por exemplo, para que depois de uma seca deve aproveitar o aguaceiro com que prepara o barro necessário. Caso contrário, ficaria sem albergue para si e seus filhos. Como as Igrejas têm a porta para o oriente, assim também ele dá a abertura e rumo do seu ninho a mesma orientação. Há, entretanto, naturalistas que dizem que não é regra.







Reconhecem, todavia, que nosso pássaro produz uma obra arquitetônica que é capaz de excitar admiração. Primeiro lançam ambos, macho e fêmea, os alicerces ou formam de barro da estrada, o soalho da casa, trazendo-o em glóbulos do tamanho de uma bala de espingarda, que com o bico e os pés estendem. Sobre este plano de 22 cms de comprimento, começando ao mesmo tempo por dois lados opostos, levantam as paredes da casa, que, quando em certa altura, deixam secar. Recomeçam a obra, dando as paredes já uma inclinação para dentro e, depois de mais uma interrupção, dão-lhe a última mão, fechando a começada abóbada e deixando a mencionada abertura oval. Dividem a casa por uma parede interior em dois compartimentos, servindo o anterior como a ante-sala, de onde se pode alcançar por outra abertura para a câmara reservada para a própria cama dos filhotes. Assim estão seguros contra a importunação de certas aves rapinas.







A cama era revestida de feno, de penas de galinha ou flores de algodão. O casal, como em tudo, são inseparáveis, também revezando o difícil trabalho de incubação dos ovos e da alimentação dos filhotes.







Podiam-se se chamar símbolo da vida doméstica e é por isso que os brasileiros gostam de vê-lo e ouvi-lo pela vizinhança.

Quando o João de barro e a Maria-de-barro assumem compromisso, é para todo o sempre. Eles vivem sempre em casais que nunca se separam. Quando morre o companheiro passam o resto da vida só.





Muitas vezes encontram-se seus ninhos sobre as estacas dos currais e cercas dos caminhos ao alcance da mão, porém ninguém tiram-lhe os ovos. Um pássaro tão social e tão habilidoso não devia carecer de alguma virtude extraordinária: "em casa com ninho de João de barro não cai raio". Tão pouco se admira que tenha uma lenda que é mais uma prova de como as idéias dos antigos guaranis foram herdadas, posto que modificadas, por seus modernos descendentes.



Reza mais ou menos assim:



Um velho caçador vivia com seu filho único e com seus cães no mais apartado dos bosques. Dedicava a existência a ensinar seu filho todos os conhecimentos e práticas que constituem um bom caçador. Chegado a idade viril, o filho nada ignorava, quanto é necessário para sustentar uma família. Tinha feito expedições mais extensas a regiões habitadas. Em uma destas ocasiões ouviu a encantadora voz de uma donzela, que esperava um dia esposar. Pediu a seu pai para que visitasse com ele aquele acampamento, para ver se aprovava sua escolha. O velho pai não colocou impedimento ao desejo do seu filho, mas convidou-o para uma festa que de vez em quando celebrava o morubixaba de sua tribo nas margens do Uruguai.



Durante um mês, preparava-se o velho e o moço para a grande festa das "apresentações", a qual tinha por fim apresentar os jovens fortes de mais valor e arrojo ao morubixaba, ao seu Conselho Patriarcal e a toda tribo. Seguiam-se grandes bailes e a escolha da mulher, ou aprovada ou disposta pelos maiores, sempre que o jovem tivesse passado as provas. Estas consistiam normalmente na veloz carreira, na prova da natação e num jejum rigoroso de nove dias, em que não podiam tomar senão o sumo da yatay ou de outra planta silvestre.







O jovem do nosso mito não foi tão lerdo de assistir ao grande torneio sem dar aviso à sua noiva, Ipona, que figurava também entre as outras donzelas que abrilhantavam a festa.



Depois de acomodarem as famílias da tribo numa altura escolhida, onde se senhoreava uma grande planície que se estendia de um lado e de outro do Uruguai, o morubixaba deu por prêmio da primeira prova, a carreira, a mais forte de suas couraças de guerra, feita de duros couros de anta, orlada de pelos de tucano e de vistosa plumagem de papagaio.

Dos cinqüenta jovens guerreiros que se sujeitaram à primeira prova foi Jaebé, era este o nome do filho do velho caçador, que em segunda corrida com um rival ganhou o prêmio. Vestido da esplendida couraça, foi festejado por todos.







Também na prova da natação, que consistia em chegar primeiro à outra margem do rio, saiu vitorioso, recebendo como prêmio um manto de peles de cisne, ornado ricamente de topetes de cardeal e de peitos amarelos de tucano.







A terceira, foi a mais difícil das provas, jejum de nove dias, sujeitaram-se oitos moços. Para não enganarem a vigilância dos juízes, foram envolvidos em peles. Já no terceiro dia, queixou-se Jaebé a seu pai, o velho caçador, e mais ainda no sexto dia, mas o pai animava-o, que pouco faltava e convenceu o jovem a encolher-se e ficar imóvel no seu couro. Os outros sete declaram-se vencidos neste dia.







Chegaram então o morubixaba e o velho caçador e abriram o couro em que estava Jaebé.....e qual não seria a surpresa que se apoderou de todos, quando viram que, ao contato do ar e da luz, se diminuía, convertendo-se em pássaro e vestindo-se de plumas encarnadas! E pouco a pouco transforma-se em um "hogaraitay" ou o João de barro batendo asas, voava à próxima árvore, cantando: "Sou filho dos bosques e canto o hino ao trabalho".







Diz a tradição que a noiva de Jaebé, Ipona, ao vê-lo, transforma-se, se converte em uma ave semelhante voando aos ramos daquela árvore para fazer-lhe companhia. Por isso é que João de barro fabrica sua casa, como o homem, de barro e vive acompanhando o pobre lavrador nas casas de campo, recordando-lhe nas harmoniosas cadências que exala em dueto com sua companheira, que o trabalho na vida simples dos campos tem um fundo de bem estar e de felicidade.

E todos os homens amam o João de Barro, porque ele nos lembra que a força do amor é maior do que a morte!





Somente depois da última árvore derrubada,
depois do último animal extinto,
e quando perceberem o último rio poluído, sem peixe,
O Homem irá ver que dinheiro não se come!





(Provérbio Indígena)



Texto pesquisado e desenvolvido por





Rosane Volpatto



Bibliografia



Lendas do Rio Grande do Sul - Publicação n.7 - Comissão Estadual de Folclore do Rio Grande do Sul

Moça Lua e Outras Lendas - Walmir Ayala

Lendas Brasileiras - Ciro D. Ferreira; J.C. Paixão Côrtes; Ivo Sanguinetti; Luiz Carlos B. Lessa

CHOCA BORRADA


Período Reprodutivo: julho a dezembro
Locais de observação: Brejos, Cambarazal, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 162 do Guia das Aves


Como na espécie anterior, domina no macho a coloração negra, enquanto na fêmea ela é amarronzada. Entretanto, o macho é todo barrado (razão de um dos nomes comuns), exceto pelo negro uniforme do alto da cabeça, enquanto a fêmea possui somente os lados da cabeça estriados. Na ave adulta, o olho é branco com leve tom amarelado (marrom avermelhado nos juvenis).
Também mantém as penas da cabeça eriçadas boa parte do tempo, em um topete muito destacado. Vivem em casais, às vezes com os filhotes da estação reprodutiva. Costumam freqüentar as capoeiras, bordas da mata ciliar, cerradões e matas secas, raramente entrando alguns metros na vegetação mais alta. Percorrem a parte central e alta dos arbustos, caçando invertebrados e mantendo contato com piados graves.
Ocasionalmente, em bandos mistos. Cantam o ano inteiro, emitindo o chamado territorial com maior constância entre julho e dezembro. Grave como na choca, embora muito mais curto e terminando com uma nota alta. Na região da RPPN é traduzido como maria-cocá. Comportamento reprodutivo como na espécie anterior, construindo seus ninhos nas bordas da mata e nos arbustos. Ampla distribuição no Brasil (todo o Pantanal), com os contrastes de cores da plumagem e cor do olho variando de região a região.

MINEIRINHO VIGILANTE


*Nome Popular: Mineirinho, vigilante. bavezinho.

*Famíia: Fringillidae.

*Nome Científico: Charitospiza eucosma.

*Habitat: Vive a pouca altura nas árvores e arbustos da caatinga e dos cerrados do Brasil Central, do Nordeste e também na Argentina.

*Hábitos Alimentares: Como a maioria das aves de sua família, é principalmente um comedor de sementes de capim.

*Reprodução: Seu ninho é uma tigelinha aberta, construída a pouca altura do solo. A ninhada é de 3 ovos e os pais se revezam para cuidar dos filhotes.

* Particularidades: É um dos poucos fringilídeos que canta de madrugada, pousando abertamente na ponta de um galho. Sua vozinha parece a de um inseto: "tzi-tzi". Desce ao chão procurando comida, onde se movimenta aos pulinhos. A fêmea é muito diferente do macho, com plumagem parda e discreta.

25/03/2009

SAÍ-AZUL


Essa espécie apresenta acentuado dimorfismo sexual: o macho é azul e negro, com as pernas vermelho-claras, enquanto a fêmea é verde, com a cabeça azulada e pernas alaranjadas. Vive aos casais ou em pequenos grupos acompanhando bandos mistos na borda de florestas, cerrados, capoeiras densas, eucaliptas, parques e jardins públicos. Alimenta-se de frutos, néctar e insetos. Visita bebedouros de beija-flores em jardins e varandas. O ninho é uma taça profunda, feita de fibras finas, colocado de 5 a 7 m do solo, entre as folhas externas de uma árvore. A construção do ninho é tarefa da fêmea, que é protegida pelo macho contra intrusos. Os 2 ou 3 ovos são esbranquiçados ou branco-esverdeados com manchas cinza-claras e são incubados pela fêmea. Durante este período ela é, às vezes, alimentada pelo macho. Os filhotes são alimentados pelo casal e permanecem no ninho cerca de 13 dias.

JURUVA VERDE


Juruva-Verde
Nome científico: Baryphthengus ruficapillus

É registrada também para outros países do sudeste da América do Sul, como o Paraguai e a Argentina; tem um “primo”, a juruva-ruiva (Baryphthengus martii) que é

muito semelhante, podendo ser visto desde a Amazônia até a América Central (Sibley & Monroe,1990). Foi inicialmente observada em setembro de 1992, a partir de informações obtidas junto a funcionários do Parque. É uma ave de difícil visualização pela sua característica comportamental de permanecer imóvel por tempo considerável, somente chamando a atenção pelos movimentos da sua cauda; possui bico forte e serrilhado e asas curtas e “arredondadas”(Sick, 1985) que são características também dos outros membros de sua família. A ave foi atraída por meio de gravações contendo repetições sucessivas de seu canto, emitidos geralmente no período crepuscular. Entretanto, foi também observada com grande atividade diurna, no horário entre 10:00 e 12:00 hrs. A juruva-verde não é rara, sendo encontrada "em locais de mata sombria" (Sick, 1985), como a existente na região da Cascatinha onde foram observados dois indivíduos

23/03/2009

BIGODINHO


Período Migratório: setembro a fevereiro
Locais de observação: Brejos, Campo, Mata ciliar rio Cuiabá, Rios, corixos e baías.
Você encontra essas informações na página 233 do Guia das Aves


Migratório, mas ao contrário das outras espécies desse gênero, vem do norte do continente para reproduzir-se no Pantanal. Chega no decorrer do mês de setembro e desaparece a partir de janeiro, provavelmente retornando para a Venezuela e Guianas. A RPPN está no limite setentrional de sua área de nidificação conhecida, mas os detalhes dos movimentos migratórios ainda necessitam de maiores pesquisas.
O macho é inconfundível, pelas áreas brancas na cabeça, responsáveis pelos nomes comuns. O contraste do negro do restante da plumagem das partes superiores é marcante. As partes inferiores são levemente cinza claro e, sob sol forte, podem parecer brancas. Bico característico, pequeno e todo negro. Junto com a longa cauda, corpo delgado e cabeça pouco volumosa, forma uma silhueta mais delicada do que a maioria das outras espécies do gênero (na foto é possível comparar com o macho juvenil de coleirinho logo abaixo). Essas características são fundamentais para ajudar na identificação da fêmea, especialmente porque costuma misturar-se aos outros coleiros nos bandos dessas aves granívoras. Como ela também é toda parda, um pouco mais clara nas partes inferiores, essa característica morfológica ajuda a caracterizá-la. Também o bico relativamente pequeno e com tom amarelado, principalmente na parte inferior.
Encontrado nas áreas campestres e margens do rio Cuiabá, pode ser observado em qualquer ambiente aberto da RPPN durante o período migratório. Machos cantando, demarcando território, foram observados na região do rio Cuiabá. É possível encontrá-lo cantando nas árvores dos jardins do hotel em Porto Cercado a partir de meados de outubro. É um gorjear rápido, acelerando-se no final e continuamente repetido. Como nas demais espécies do grupo, o macho demarca o território, cabendo à fêmea toda a tarefa reprodutiva.
Devido ao canto, é ave apreciada e a captura para o comércio ilegal, junto com as alterações ambientais, acabaram por reduzir seus números em boa parte do país, especialmente no nordeste.

PIXOXO



Postura: 2 a 3 ovos.

Habitat : Interior da mata espessa, taquarais, terrenos cultivados (arrozais).

Incubação :13 dias.

Fêmeas e jovens :As fêmeas são parecidas com os machos porém mais esverdeadas e sem a lista branca.

Comportamento e reprodução : Reproduzem em gaiolas de 70 cm de comprimento X 40 cm de altura X 30 cm de profundidade.

Tipo de ninho: Em forma de taça. Aceita perfeitamente ninhos de corda de 6,0 cm de diâmetro.

Tamanho : 13,5 cm.

Anel: 3,0 mm.

GRALHA DE TOPETE


Gralha-de-Topete ou Gralha-do-Cerrado (Cyanocorax cristatellus)
Características físicas: asas longas e cauda curta. Tem um característico topete frontal alongado. Plumagem azul-escura; parte interior do pescoço e garganta preta; barriga e ponta da cauda brancas. Alcança até 33 cm de comprimento.
Alimentação: onívora, sua ampla dieta inclui frutos, insetos, sementes, bagas e ovos de outras espécies de pássaros.
Biologia e comportamento social: vive em bandos e voa alternando o ritmo das batidas com vôos planados. Arborícola, locomove-se facilmente entre os galhos fechados de uma árvore, dando pulos e fazendo vôos curtos.
Reprodução: o ninho é feito com gravetos apoiados em galhos mais grossos. A postura costuma ser de três a quatro ovos azul-claros salpicados de manchas pardas. A incubação varia de 16 a 18 dias. Habitam matas de galeria, campos e cerrados

PAPA-CAPIM






Um macho do Coleiro-baiano, Baiano, Papa-capim-de-peito-preto, papa-capim-capuchinho ou papa-arroz - A Male Yellow-bellied Seedeater (Sporophila nigricollis) 22-01-2008 331


Rasmus Boegh identified this bird too! Thank you again Rasmus!
See a video at the adress www.hbw.com/ibc/phtml/votacio.phtml?idVideo=5271&tipus=1
A text from the adress www.arthurgrosset.com/sabirds/yellow-belliedseedeater.html

Brazil
The Yellow-bellied Seedeater is found from Costa Rica to Bolivia and Brazil but does not occur in the central Amazon Basin. This is due to its habitat requirements which are grassy or shrubby clearings and agricultural land.
Male Yellow-bellied Seedeater, Brasília, Distrito Federal, Brazil.
The English name is a slight misnomer since the belly of the male tends to be very pale yellow verging on the white. It has a black hood and olive-brown upperparts. The male's bill is light blue-grey in contrast to that of the female whose bill is dark. The female is light brown and yellowish below.
There are illustrations in Ridgely & Tudor, Volume 1, Plate 26 and in Hilty & Brown, Plate 56.
Baiano
Família: Emberizidae Subfamília: Emberizinae Espécie: Sporophila nigricollis
Comprimento: 11 cm. Presente em grande parte do Brasil, em direção sul até o Paraná, excetuando-se a Região Amazônica entre o oeste do Mato Grosso e Rondônia e, em direção nordeste, até o Amapá. Encontrado também da Costa Rica ao Panamá e na Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Argentina. É comum em clareiras arbustivas, campos de cultivo, beiras de estradas e capinzais altos. Vive em pares espalhados durante o período reprodutivo, reunindo-se em grupos fora deste, misturando-se freqüentemente a outros pássaros que alimentam-se de sementes. Faz ninho de gramíneas, em formato de xícara, com paredes finas, localizado em arbustos baixos ou árvores pequenas. Põe 2 ou 3 ovos esverdeados ou amarelados com muitos pontos marrons. O macho possui um capuz preto na cabeça, contrastando com as partes superiores oliváceas e com as partes inferiores amareladas; a fêmea é olivácea nas partes superiores e amarelada nas inferiores. Conhecido também como coleiro-baiano, papa-arroz, papa-capim-de-peito-preto e papa-capim-capuchinho.

COLEIRINHA


COLEIRINHA
Ele canta quase sem parar | Cuidados

CUIDADOS

Média de vida: de 10 a 12 anos.

Alimentação: é granívoro, ou seja, alimenta-se de sementes. Ofereça principalmente alpiste e painço. Na época da criação, acrescente um ovo cozido e larvas de Tenébrio.

Instalações: gaiolas nº 3 (70 cm x 30 cm x 40 cm), onde não deve faltar areia, ou viveiros arborizados. Coloque apenas um casal tanto no viveiro como na gaiola. Pode usar o ninho para canário de cor, mas é importante camufla-lo com folhagens artificiais.

Reprodução: embora este seja um pássaro muito popular, são raros os relatos de criação em cativeiro. As fêmeas botam de 2 a 3 ovos, chocam durante 13 dias; o filhote leva 13 dias para sair do ninho e de 30 a 35 dias para aprender a comer sozinho.

CASACA DE COURO



Casaca-de-couro-amarelo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Casaca-de-couro-amarelo


Estado de conservação

Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Aves

Ordem: Passeriformes

Família: Furnariidae

Género: Furnarius

Espécie: F. leucopus


Nome binomial
Furnarius leucopus
Swainson, 1837
Sinónimos
Furnarius cinnamomeus (Lesson, 1844)

O Casaca-de-couro-amarelo (Furnarius leucopus) é uma espécie de ave da família Furnariidae.

Pode ser encontrada nos seguintes países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Venezuela.

Os seus habitats naturais são: florestas subtropicais ou tropicais húmidas de baixa altitude, pântanos subtropicais ou tropicais, pastagens e florestas secundárias altamente degradadas.


[editar] Referências
(em inglês) BirdLife International (2004). Furnarius leucopus. 2006 IUCN Red List of Threatened Species. IUCN 2006. Acesso a 06.11.2007.

20/03/2009

CANARIO BELGA




A “boca” desses pássaros é constituída por tecido córneo, estrutura semelhante à unha dos cães.

A forma do bico está relacionada com o tipo de alimento e dieta que o pássaro ingere. Por isto, pode-se observar passeriformes com formatos diferentes dos bicos.

Existem problemas relacionados ao bico que irão interferir na alimentação, podendo levar o animal a um estado de desnutrição e até a morte.

fraturas podem ocorrer acidentalmente e merece abordagem ortopédica especial e manejo alimentar apropriado.
crescimento indevido, consequente da má formação genética. Isto irá atrapalhar na alimentação, pois o pássaro não consegue pegar o alimento de forma adequada.
existe uma doença que popularmente é chamada de “peito seco” e que impede o pássaro de quebrar a casca da semente e ingerir o alimento. Este termo (peito seco) é consequente do estado de caquexia. Esta caquexia só é observada quando o responsável manipula o pássaro.
existem vermes que habitam a traquéia dos pássaros e dificultam a respiração e a deglutição. Dependendo da infestação, podem asfixiar o pássaro.
Existem outras inúmeras doenças relacionadas à “boca” dos pássaros. Se alguém tiver interesse, poderei relacionar essas outras doenças.

SABIA COLEIRA




O sabiá é encontrado do Maranhão ao Rio Grande do
Sul, em Goiá s e no Mato Grosso. Ele gosta de viver
principalmente nas matas, quintais e pomares dentro
das cidades.
Não há diferença entre macho e fêmea. As fêmeas
também cantam e os jovens são iguais aos adultos,
apenas com a plumagem mais apagada.
Existem cerca de 14 espécies de pássaros da família
Turdidae no Brasil, mas as mais populares são o
Sabiá-una (originário da África), Sabiá-laranjeira,
Sabiá-branco, Sabiá-poca e o Sabiá-coleira.
A reprodução do sabiá ocorre em viveiros de pelo menos 1m de comprimento X 2m de altura X 2m de profundidade. O chão deve ser de terra, a fim de facilitar a construção do ninho. Ele se reproduz de setembro a março, com 3 a 5 chocas por ano. O sabiá canta para atrair a fêmea e também durante o acasalamento.
Os tipos mais conhecidos de canto são o trinta e oito, melodia e vivi-vovó. Os mais procurados são o canto de bolero, harpa (ou coleira) e piedade. O sabiá aprende as notas musicais com os pais ou com o professor de canto.
O sabiá se alimenta de ração Gorjeio, frutas variadas e areia mineralizada.

TRINCA FERRO



Um pouco menor do que os outros dois trinca-ferros, possui o mesmo bico negro e forte que originou o nome comum dessas aves. Como no tempera-viola, dorso verde, cauda e lados da cabeça acinzentados, separando-o do pixororé. A listra superciliar é a mais comprida das três espécies (ave adulta), com o “bigode” menos definido e garganta toda branca. Por baixo, domina o cinza nas laterais, tornando-se marrom alaranjado e branco no centro da barriga. Asas esverdeadas. O juvenil não possui a listra tão extensa, sendo a mesma falhada ou inexistente, logo após saírem do ninho.
Vive na matas ciliares, cerradões e mata seca, geralmente solitário. Entre julho e novembro está no período reprodutivo, formando casais e afastando os outros trinca-ferros do local, agressivamente. O canto do macho é o mais melodioso das três espécies na RPPN, sendo repetido, continuamente, ao longo do dia durante a nidificação. Compõem-se de 4 ou 5 sílabas separadas, assobiadas, as duas primeiras mais rápidas e a última mais lenta. A segunda e a penúltima mais altas. Devido a esse canto, é uma ave perseguida pelo comércio ilegal.
Ocorre em todo o centro-oeste, além de parte do nordeste, Mata Atlântica e sul do país. Seu canto varia um pouco de região a região, embora mantenha o mesmo timbre. Está sempre associado às matas, ocupando o estrato médio e superior. Usa as mesmas fontes alimentares conhecidas para as espécies precedentes.

CURIO


CURIÓ - Oryzoborus angolensis
Nome:Curió
Outro nome: Avinhado
Nome científico: Oryzoborus angolensis
Significado do nome: Curió significa na linguagem indígena " Amigo do homem ". Ordem: Passeriformes
Família: Fringílidas
Nome em inglês: Thick-billed (Lesser) Seed Finch
Nome em espanhol: Semillero Picogueso
Alimentação no habitat natural: Alimenta-se basicamente de alguns insetos, várias sementes com exclusividade na semente do capim navalha.
Cor: marrom quando novo. Depois de completar 420 dias suas penas ficam pretas com apenas uma pequena mancha branca na asa e sua barriga e peito fica na cor vinho, a fêmea é marrom com um tom mais claro no peito mesmo quando adulta.
Localização: Todo o Brasil e alguns lugares da América do Sul. Habita as regiões litorâneas brasileiras e principalmente o litoral paulista.
Tempo de vida: 30 anos no cativeiro (se bem cuidado) e de 8 a 10 anos na vida selvagem.
Tamanho: 14 cm Época de acasalamento: ocorre no mês de agosto até o fim de março
Fêmea - inicio do período fértil: 6 meses a 1 ano
Período de incubação: 12 dias
Nº de ovos: de 1 a 3 ovos por ninhada.
Troca de penas: acontece entre março e junho.

O nome Curió na língua tupi guarani significa "Amigo do Homem", pois este pássaro gostava de viver perto da aldeia dos índios. Esta característica de se aproximar do ser humano, a sua elegância, a enorme capacidade de disputar pelo canto quem é o dominador do território, e a enorme qualidade de seu canto, fez do curió um amigo muito estimado entre os criadores e amantes de pássaros em geral.
O bicudo (oryzoborus maximiliani) é um parente muito próximo do curió e também excelente cantor, só que um pouco maior e é todo preto e com a mesma mancha branca na asa. O canto de curiós e bicudos é tão apreciado que, nos concursos, essas qualidades são muito importantes.
O Curió aprende a cantar desde pequeno com o pai, porém, os aconselham que os filhotes ouçam o canto do pai, somente se este canto for perfeito. As aves emitem sons que podem exprimir alegria, tristeza, aviso de alerta, dentre outros.
Há uma grande variedade de cantos, e varia de região para região, havendo casos de pássaros que emitem até 40 assobios diferentes. No Brasil já foram encontrados mais de 128 cantos diferentes e, os mais conhecidos são: Praia Grande, Paracambi, Uberaba, Vi te teu, Mateiro (que é o natural do pássaro).
Quanto a repetição pode ser curto (de 1 a 4) ou longo (mais de 5). O canto mais difundido por todo o Brasil é o chamado Praia Grande. Esse canto é originário das praias paulistas e, atualmente, está extinto na natureza, ou seja, os pássaros selvagens não mais o emitem. Por isso, a preocupação dos criadores de todo Brasil é que seja mantido, em cativeiro, esse tipo de canto.
O curió além de excelente cantor é um imitador nato, por isso, não é aconselhável criá-lo com outras espécies de pássaros, porque ele aprenderá facilmente o canto delas, perdendo assim a pureza de suas notas musicais características. O melhor tempo para o curió aprender a cantar é quando novo , ainda com 3 meses.
Colocando o pássaro para escutar o canto de fita, CD ou de um mestre (pássaro do plantel que tem o melhor canto), mas também pode aprender depois de velho se ele for cabeça mole (nome dado pelos criadores, um curió que ao escutar um canto diferente do seu troca de canto).
Você pode encontrar discos contendo gravações de canto de curió, especiais para o treinamento de filhotes e aperfeiçoamento do canto de curiós adultos. Para conseguir informações de como obter esses discos consulte as Associações de Criadores.
Reprodução - Na natureza o curió defende com muita garra seus domínios. Se alguma outra ave se aproxima do ninho, ele a repelirá até com certa violência. Em cativeiro não será difícil procriar a espécie, desde que seja reconstituído o seu habitat natural. para isso, você deve criá-lo em gaiolões ou viveiros. Nos viveiros devem ser plantadas pequenas árvores como pinheirinho. Nos gaiolões, devido ao espaço menor, coloque alguns ramos de bucho (tipo de vegetação) para a fêmea usá-los na construção do ninho.
Este ninho pode ser encontrado em qualquer loja especializada e colocado no viveiro ou gaiola. O importante é colocar as gaiolas ou os viveiros em local arejado, que não seja escuro, não sofra correntes de ar e nem excesso de calor ou frio e, se possível, receba os raios solares da manhã. O reprodutor deve gozar de total saúde, e a fêmea também deve estar com boa saúde e deve estar pronta para a procriação. Não se deve cruzar pássaros consangüíneos para não ocorrer degeneração.
A fêmea deve ter de 1 a 4 anos de idade, que é seu período de postura, embora algumas continuam com a postura mais tempo. Depois do nascimento do filhote é aconselhável tirar o macho e deixar só a fêmea, mas o macho deve estar por perto para ensinar o filhote a cantar.
Para que o acasalamento aconteça, coloquem o macho e a fêmea inicialmente em gaiolas separadas, mas próximas uma da outra. Após cinco dias desse "namoro" à distância, junte os dois na mesma gaiola e deixe-os juntos para cruzarem durante 1 ou 2 meses.
É nesse tempo que a fêmea vai preparar o ninho. A fêmea normalmente põe dois a três ovos, que são chocados em torno de 12 dias. Quando os filhotes nascem, levarão cerca de 10 a 14 dias para saírem do ninho. É nesse período que os filhotes começam a exercitar as asas e as pernas, por isto, você deve colocar o ninho em lugar baixo para evitar que os filhotes morram por uma eventual queda.
Com 20 a 25 dia os filhotes começam a gorjear (cantar). Quando eles estiverem com 30 dias mais ou menos, já se alimentam sozinhos e você deve retirá-los da companhia dos pais. Isso é muito importante porque o macho, inexplicavelmente, poderá feri-los se ouvir cantos de outros pássaros. Por isso, coloque os filhotinho em gaiolões para voarem e se desenvolverem. O curió é conhecido pela higiene e limpeza do ninho.
Isso é tão marcante na espécie que alguns criadores não colocam mais a coleira de identificação na perna dos filhotes enquanto estão no ninho, porque a mãe curió vai retirá-las podendo até ferir os filhotes nessa tentativa. Ela não aceita nenhum objeto estranho ou sujeira no ninho. A troca de pena e bico é feita no período de abril a junho (podendo variar de um pássaro para outro e de regiões), neste período há uma queda da resistência e o curió está sujeito a pegar febre e outras doenças.
Convém cobrir a gaiola para evitar o vento e, dar boa alimentação e deixar a gaiola bem limpa. Neste período o curió provavelmente deixará de cantar. Alimentação - O curió principalmente seus filhotes se alimentam de tenébrio molitor que devem ser criados em casa. Quando sua criação de tenébrios estiver pronta, separe algumas, e as coloque em um pratinho com leite em pó. Elas vão se alimentar com o leite e quando consumidas pelo filhotes, se tornarão um alimento duplamente rico em proteínas. Outros alimentos são os gafanhotos, cupins, pão molhado em água e milho verde, além das misturas para pássaros, alpiste e painço, ovo (clara e gema) cozido.
A alimentação dos filhotes deve ser deixado por conta das mães. Você não deve colocar o alimento diretamente no ninho dos filhotes mas sim deixar que os pais façam isso. Nesse momento é importante observar os cuidados que eles dispensam aos curiózinhos.
Deixar a disposição da mãe os alimentos de matrizes e adicionar 8 Tenebrios molitores para cada filhote por dia. Tome cuidado ao compra frutas e verduras, tenha certeza de que não foi passado inseticida na plantação e se estão estragadas. As verduras (almeirão, chicória, espinafre, catalonia) e legumes (milho, abobrinha, jiló) poderão ser dados ocasionalmente durante todas as fases da criação.
O grande cuidado a se tomar são com as verduras, pois deverão ser bem lavadas e colocadas pôr 30 minuto em uma solução de água (98%) e vinagre (2%). Evite alface e salsa.

Vitaminas - As vitaminas são muito importante para os pássaros, mas ela precisa ser complementada com proteínas e sais minerais.
Vitamina "A": Auxilia no crescimento e é indispensável para o organismo defendendo escorbuto e protegendo a epiderme, é encontrada no pepino, na gema de ovo e na cenoura;
Vitamina "B": (B1, B2, B6 e B12) ajuda no desenvolvimento dos filhotes e fortalece os nervos, é encontrada no pão, couve, cenouras e gema de ovo;
Vitamina "C": Dá boa condição ao sangue e é preventivo contra moléstia da pele, é encontrada no tomate, laranja e limão;
Vitamina "D": A falta desta vitamina causa raquitismo, é encontrada nos raios solares, na gema de ovo e no leite (apenas em tratamento);
Vitamina "E": Proporciona vigor mental e também estimula e fertiliza os pássaros, é encontrada no germe do trigo, amendoim, agrião e flocos de aveia.
Amido, açucares e gorduras: Não são muito importante para os pássaros, proporciona energia e bom sono, é encontrada na farinha e na gema de ovo;
Proteínas: necessária para o crescimento e para manter bem os ossos, a pele e o sangue. Ajuda para evitar doenças, é encontrada no leite, ovos, pão, cereais, carne (tenébrio molitor);
Cálcio: Para formar os ossos, coagular o sangue, regular a pulsação, contrair e relaxar os músculos; é encontrado no almeirão, na casca de ovo e no osso de Siba;
Ferro: Para produzir sangue e outras células, é encontrado na carne (Tenébrio Molitor), no almeirão e agrião;
Iodo: Importante durante a adolescência e o período de postura, é encontrado no agrião e couve;
Fósforo: Ajuda as funções do cérebro e do sistema nervoso, é encontrado na carne (Tenébrio Molitor), ovos e trigo.
Doenças - Como todas as aves o curió esta sujeito a doenças, conheça as mais comuns nessa ave: Canibalismo: É o vício dos pássaros bicarem uns aos outros, comer pena, causando ferimentos, que às vezes leva até a morte.
Coccidiose: É uma doenças parasitárias causadas por protozoários da ordem Coccidia.
Diarréia: Uma doença comum nos pássaros em que o mesmo evacua freqüentemente (liquido abundante).
Gripe Coriza ou Resfriado: Os pássaros são atacados nas vias respiratórias perdendo o apetite, dormindo constantemente e parando de cantar.
Sarna: Esta doença é causada por um parasita que deixa as pernas dos pássaros mais grossas e infeccionadas.
Verminose: É causada pela má higiêne na gaiola, seus sintomas são: diarréia, fraqueza, tristeza. A lei e o ibama - O curió é um animal protegido por lei, seu comércio é ilegal mas sua criação não é. Esta ave tem sido aniquilada e está desaparecendo da natureza em conseqüência dos desmatamentos desenfreados, a poluição de rios e lagoas, e a ação de agrotoxicos presentes nas plantações. A utilização da fauna silvestre exige um plano de manejo e criação baseado em pesquisa e no real conhecimento de cada espécie em foco, assegurando assim, o sucesso reprodutivo, de crescimento, econômico e conservacionista. A importância da vida silvestre para o homem tem-se acelerado a medida que a ciência adquire novas tecnologias em busca da melhoria da qualidade de vida das sociedades humanas.
No entanto, a visão tradicional da valoração econômica aplicada aos recursos faunísticos encontra, em nossos dias, problemas de ordem ideológica defendida, principalmente, por aqueles que rejeitam a visão antropocêntrica de que a humanidade é o centro de tudo que tem valor e que as outras criaturas só têm valor enquanto nos servem.
Nesse sentido, o manejo de fauna sob uma visão mais moderna leva em consideração não só argumentos econômicos, mas também, fatores relacionados à conservação da natureza.
Nas últimas décadas, alguns criadores têm redefinido seu papel no mundo da conservação, não mais preocupando-se em simplesmente colecionar animais, mas também, de criar com fins conservacionistas.
Ainda assim, alguns pontos de discussão permanecem abertos, como problemas de ordem genética e comportamental dos animais criados em cativeiro em relação ao possível sucesso diante de uma tentativa de repovoamento em uma área natural.
Seja qual for o tipo de criação e seus objetivos, a normatização das atividades, principalmente aquelas relativas à comercialização de animais vivos, assume papel primordial por reprimir a ilegalidade, o que traduz uma prioridade, se considerarmos que tal ilícito é fator de destaque quanto ao status de ameaçado de sobrevivência para muitas espécies de nossa fauna. Entre as muitas espécies de interesse para a criação, destacam-se aves canoras como bicudos e curiós, altamente apreciadas pela excelente qualidade do canto, associados à sua elegância e conhecimentos já adquiridos de manejo em cativeiro.

BICUDO




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O PÁSSARO


Bicudo Rio Negro - Galador

O Bicudo, Oryzoborus maximiliani, é um pássaro apreciado pela sua beleza física e também por seu canto melódico, rico em notas e com voz flauteada. Toma postura ereta ao cantar, com o peito empinado e cauda baixada, destacando sua valentia e disposição para disputas territoriais. É atualmente no Brasil um dos pássaros canoros mais afamados e procurados. A frase musical do canto dos bicudos apresenta, por vezes, mais de 20 notas.


Ocorrem variações regionais e individuais no canto e na cor do bico. Participam das provas de canto e fibra nos torneios brasileiros.

Voa com facilidade longas distâncias e alcança altitudes muito elevadas. A velocidade durante o vôo é muito rápida, favorecida pelo seu pouco peso que é geralmente cerca de 25g, com um comprimento médio de 16 cm e uma envergadura de 23 cm. Sua cauda é composta de 12 penas e cada asa possui 17 penas. É dotado de uma ótima visão, possui um bico grosso e cônico.

Prefere regiões de clima quente, com temperatura acima de 25°C. Habita veredas com arbustos, beira de capões, brejos, principalmente onde haja água abundante e também a ocorrência do capim-navalha (Hypolytrum pungens), que é o alimento básico do bicudo em ambiente natural. Este capim é regulador de intestino, conserva o bico e, principalmente, ajuda o pássaro a se recuperar de qualquer tipo de queda de resistência física. Porém, sabemos que contém muito cálcio, não devendo ser administrado em excesso nos ambientes domésticos. Aprecia ainda o arroz, o que colabora muito para o seu desaparecimento, por causa dos agrotóxicos.

Quando adulto, os machos apresentam coloração preta, com uma mancha branca na parte externa das asas. A parte inferior das asas apresenta nuances de branco. Seu bico é branco ou manchado na maioria dos bicudos. Os da subespécie Astrirostris apresentam seu bico totalmente preto. As Fêmeas e os filhotes apresentam coloração parda, e tons de castanho.

Durante a muda de penas eles não cantam, ficam escondidos e saem do seu território. Por esse comportamento, pouco se conhece sobre o habitat nesta época de muda. Grande parte das aves se adapta a vários tipos de ambientes, mas os bicudos não apresentam essa capacidade. Fora do ambiente descrito como ideal para esses pássaros, a procriação se torna muito difícil.

O bicudo é um pássaro territorialista, isto é, dominam um espaço onde não permitem a presença de outros exemplares de sua espécie. O tamanho do território é aproximadamente 100 metros de diâmetro ao redor do ninho, onde seu canto possa ser escutado com nitidez. Esta área territorial é utilizada principalmente na estação reprodutiva. As fêmeas também são muito agressivas, sendo capazes de travar lutas de morte com outras fêmeas para defender seu território e seu macho.

Na natureza os bicudos são monogâmicos, ou seja, vivem em casais estáveis, que estão juntos durante a maior parte do tempo. Voam um atrás do outro, procurando não se separar muito e mantendo comunicação através dos piados e do canto. As fêmeas sempre têm a preferência na hora da alimentação. Há muitas diferenças entre o comportamento do macho e da fêmea. Os machos são vigilantes e alertas, movimentam-se muito e por esse motivo aparecem mais que as fêmeas. Procuram estar sempre nos lugares onde podem avistá-las. As fêmeas ficam mais escondidas e se preocupam mais com a segurança do ninho.

Na natureza não há registro de exemplar que tenha vivido mais de dez anos pelo fato de ficarem muito expostos aos inimigos naturais, como aves de rapina, pássaros maiores, répteis, o homem, doenças, brigas entre indivíduos da mesma espécie, dificuldade de alimentar-se em épocas de seca e destruição dos habitats naturais. Porém em ambiente doméstico, onde os mesmos contam com a proteção dos criadores, alimentação balanceada e medicação apropriada, existem inúmeros pássaros com 20, 30 anos ou mais que ainda participam de torneios. Possuem a capacidade de reproduzir-se com idade avançada. Esta característica é utilizada pelos criadores para realizar melhoramento genético. Através do cruzamento de pássaros campeões, estaremos garantindo a obtenção de filhotes com grande qualidade.

Atinge a maturidade sexual com cerca de dois anos e meio. Com a sucessão das gerações reproduzidas em cativeiro estão se tornando mais precoces, com machos iniciando a reprodução com dois anos e as fêmeas com um ano e meio.

As posturas são de dois ovos (em alguns casos são três) e o período de incubação varia de 13 a 15 dias. A estação reprodutiva vai de outubro a março e um casal pode tirar uma média de três ninhadas no período. Na maioria das vezes o resultado de uma ninhada é um casal de filhote. Atualmente são reproduzidos com certa facilidade em cativeiro, e é essa a grande garantia para a perpetuação da espécie. O Governo Federal, através do IBAMA, incentiva, orienta e normatiza procedimentos para a manutenção e transferência de posse dos pássaros silvestres reproduzidos em cativeiro.

As subspécies e os indicativos médios anuais segundo o ibama.

Nome Cientifico Nome Comum Indicativos Médios Anuais de: Diametro
Ninhadas Posturas Anilhas
Oryzoborus crassirostris Bicudinho-belenzinho 3 3 9 2,8
Oryzoborus m. maximiliani Bicudo-verdadeiro 3 2 6 3,0
Oryzoborus m. gigantirostris Bicudo-pantaneiro 3 2 6 3,2
Oryzoborus m. atrirostris Bicudo-do-bico-preto 3 2 6 3,2
Oryzoborus m. magnirostris Bicudo-pataneiro-grandão 3 2 6 3,2

PINTASSILGO DA BOLIVIA


Pintassilgo, da Patagônia ao Norte do Brasil

Muitos são os pássaros que os ornitólogos amadores e ornitófilos chamam de Pintassilgo, variando muitas vezes no tamanho e nas cores estes tipos se apresentam em quase todo o continente sul-americano, desde a Patagônia até as regiões mais quentes do norte. Se bem que a maioria dos Pintassilgos pertença à mesma família dos Fringilídeos, os mais característicos são aqueles do gênero Spinus, que são eminentemente de origem sul-americana, mais propriamente da Terra do Fogo (Patagônia), onde de início vamos encontrar o Senos magellanicus magellanicus, que recebeu este nome por ser encontradiço no Estreito de Magalhães, a que os franceses chamam de Magella. Esta subespécie é chamada de Pintassilgo da Patagônia. Mais para o norte do continente, de Buenos Aires até as regiões centro-sul do Brasil, vamos encontrar outra subespécie, ou seja, o Pintassilgo do Sul (Spinus magellanicus ictericus) que novamente é substituído mais ao norte ou oeste pelo Pintassilgo do Oeste (Spinus magellanicus alleni).

Todas estas três subespécies são muito semelhantes no aspecto e no colorido.

Serve aqui lembrar de que como ocorre com a maioria dos animais, também os Pintassilgos em suas espécies mais aparentadas, se sucedem umas as outras, conforme andamos de um para outro lado no globo terrestre, confirmando as observações que Oarwin fez a bordo do Beagle.

Subindo mais no mapa do continente americano, vamos encontrar, já nos Estados Unidos, o Spinus tristis, que então poderíamos chamar de Pintassilgo Americano, e assim por diante, com o Spinus yarrelli no nordeste brasileiro, o Spinus cuculatus na Venezuela, o Spinus stratus no Chile etc.

Além dos pássaros do gênero Spinus, temos os do gênero Carduelis que também são chamados de Pintassilgos como é o caso do Carduelis carduelis ou Pintassilgo português (do Reino), o Carduelis spinus ou Pintassilgo Verde e o Carduelis atrata ou Pintassilgo da Bolívia.

Outros ainda, apesar de não serem deste gênero, são também chamados de Pintassilgo como o Cissops levariana ou Pintassilgo da Mata Virgem e o Nemosia guirra ou Pintassilgo da Amazônia.

Outras informações sobre os Pintassilgos podem ser obtidas no Pequeno Manual do Ornitólogo Amador, onde há um capítulo inteiro sobre estas pequenas aves da ordem dos pássaros.

Os Pintassilgos e em especial o nosso Spinus magellanicus ictericus são pássaros muito frágeis e, quando caçados, raramente resistem ao cativeiro quando são submetidos ao trato de pessoas pouco hábeis. Os pássaros não devem ser criados! Mas como sabemos que a caça aos Pintassilgos ainda é uma realidade aconselhamos aos "caçadores" que sempre libertem as fêmeas, ou todos os tipos jovens, de sexo indefinido, para melhor se preservar esta espécie. Aos machos adultos cativos se deve dedicar uma atenção toda especial, pois, raramente não morrem em cativeiro já nos primeiros dias. Entre diversas coisas a fazer se diz que a higiene das gaiolas é um fator de grande importância. O Pintassilgo deve ser mudado de gaiola a cada 15 didas, ao menos, nos 3 ou 4 primeiros meses. Neste período a alimentação deve ser à base de verduras tenras e de uma mistura de níger e alpiste. Nas primeiras semanas de cativeiro, se deve usar sulfa em diluição na água dos bebedouros, pois, ao que parece, os Pintassilgos recém-cativos morrem devido a infestação de germes e parasitos, aos quais, na natureza, podem melhor combater por processos ainda desconhecidos.


Dicas:
Não compre aves silvestres de nossa fauna se esta não possuir autorização do IBAMA.
Você pode adquirir um pintassilgo nacional legalizado através de criadouros e criadores regularizados pelo IBAMA.
Caçar aves silvestres no Brasil é crime ambiental e penalizado com multa e prisão

PATATIVA


PATATIVA
Canto melodioso e triste. O belo canto da Patativa tem tantos admiradores que, no Brasil, ele já foi citado em música, verso e prosa. Na natureza, o macho (foto) usa o canto melodioso para demarcar seu território.

Hoje, no Brasil, a maioria dos criadores de pássaros tem como objetivo a reprodução das espécies. Porém, até 1967, quando era permitido o comércio dos pássaros brasileiros e esses não eram tão raros, sendo facilmente encontráveis na natureza, os passarinheiros mantinham apenas machos, que em geral têm uma plumagem mais bonita e são bons cantores. Um dos pássaros mais procurados nessa época foi a Patativa, devido à sua beleza, ao seu porte, à sua maneira de pousar e, principalmente, devido ao seu canto.

O canto da Patativa, melodioso e triste, é tão atraente que o nome deste pássaro virou apelido de alguns cantores nordestinos. Devido a ele a Patativa já foi citada em uma música famosa de Vicente Celestino, no romance "Ubirajara", de José de Alencar, e no poema "As primaveras", de Casimiro de Abreu.

A Patativa vive nos campos, vegetações ribeirinhas e baixadas, ocorrendo também na Argentina e Paraguai. Durante o inverno, época em que vive em grupos, a Patativa é dificilmente vista, pois fica escondida realizando a troca de suas penas. A partir de setembro anda em casais, e seu canto pode ser percebido ao longe.

Entre os meses de março/abril e julho/agosto fica em baixadas úmidas e brejos, onde pode obter sementes de gramíneas. Nessa época praticamente não canta. Com a chegada da primavera, a alimentação torna-se mais rica e os machos começam a formar territórios e disputar as fêmeas para o acasalamento. Como todo os pássaros territoriais, a Patativa defende com valentia seu domínio da invasão de outra ave, da mesma espécie ou não. Os machos costumam ficar no alto das árvores cantando incessantemente para demarcar o seu espaço.

As fêmeas fazem ninho numa forquilha não muito alta, usando raízes e gramíneas para a parte externa. A parte interna é forrada de raízes mais moles e, se encontrada, crina de cavalo. O ninho tem forma de taça e a postura é de dois a três ovos.

Em cativeiro adapta-se com muita facilidade, logo se tornando uma ave mansa e dócil com o proprietário. No entanto, não é aconselhável colocar nenhum outro pássaro junto com um casal na mesma gaiola pois, para o macho, na época de reprodução, a gaiola é seu território e como tal será defendido. No caso de viveiros maiores, outros pássaros podem mexer no ninho da Patativa, ou levá-la a uma insegurança que acabará impedindo a sua reprodução. Deve-se tentar a reprodução desde setembro. A partir daí, a gaiola não deve mais ser retirada do lugar e as Patativas não devem ver mais nenhum pássaro, principalmente de sua espécie, para que seja garantida a tranqüilidade total ao casal. Se, durante o choco e o nascimento dos filhotes, o macho começar a atrapalhar a fêmea ou maltratar os filhotes, deve ser retirado da gaiola e a fêmea se incumbirá sozinha da criação da prole.

O filhote, até um ano de idade, é pardacento. Depois desse ano, se o espécime for macho, adquirirá uma cor azul-acinzentada e a fêmea continuará com a cor do filhote. Há uma variedade que ocorre em várias regiões do Brasil e mais freqüentemente no norte do Paraná, bem mais rara e de bico amarelo, o que a torna muito mais bonita e desejada.

CUIDADOS NO CATIVEIRO
Alimentação: Alpiste, painço, arroz em casca e verduras, como escarola ou couve. Para a reprodução, reforçar essa alimentação básica com uma ração feita de Neston ou farinha de rosca, adicionando-se uma colher pequena de Sustagem, Gevral ou Meritrene e uma gema de ovo cozida e amassada numa peneira. Essa ração também serve para a alimentação dos filhotes, junto com larvas de Tenébrio.
Anilhamento: Os filhotes devem ser anilhados no sexto dia de vida com o anel de 2,5cm de diâmetro.
Classificação zoológica: ordem dos Passeriformes, subordem dos Oscines, família dos emberezidas, gênero Sporophila e espécie plumbea.
Instalações: A sua criação é conseguida mesmo em gaiolas pequenas, como a gaiola nº 3, de 70cm de comprimento, 40 de altura e 30 de fundo. A gaiola deve ser colocada num local calmo, com boa claridade e sem correntes de vento. Pode-se usar o ninho de corda para Canários e, para maior proteção e segurança, deve-se camuflá-lo com folhagens artificiais.
Média de vida: De 10 a 15 anos.
Porte: 12 cm.
Reprodução: A postura é de dois a três ovos que são incubados por 13 dias. Os filhotes saem do ninho com 13 dias, e com mais ou menos 35 dias já se alimentam sozinhos e devem ser separados dos pais.
Saúde: Pássaro de fácil criação em cativeiro e bastante resistente, dificilmente contrai doenças. Porém, para evitar problemas, convém mantê-lo longe de correntes de ar com as instalações sempre limpas - trocar a água de banho e de beber diariamente e não usar sabão para limpar os vasilhames

TICO TICO






Reprodução Tico-tico
(Zonotrichia capensis)
Família Fringillidae



Caracterização
Mede 15 cm. Tem um pequeno topete com desenho estriado na cabeça, um colar ferrugíneo e garganta branca. É um dos pássaros mais populares e estimados no Brasil este-meridional.


Habitat
Habita paisagens abertas, campos de cultura, fazendas, jardins, até em pátios e coberturas ajardinados.


Distribuição
É abundante em clima temperado, como nas montanhas do Sudeste, até nos seus cumes mais altos, expostos a ventos fortes e frios; o habitat apropriado do tico-tico aumenta constantemente pelo desmatamento e drenagem, o pássaro torna-se facilmente sinantropo; penetra até nas cidades quando há ajardinamento suficiente. Ocorre do México, América Central, maior parte da América do Sul até a Terra do Fogo, com muitas lacunas. Está em todos lugares do Brasil, menos nas densas e úmidas áreas florestais, especialmente na Amazônia.


Hábitos
Entre os traços interessantes do seu comportamento figura a técnica de esgravatar alimento no solo por meio de pequenos pulos. Para removerem a camada superficial de folhas ou terra solta que recubra o alimento (sementes, artrópodes etc): perscrutando o terreno à sua frente pulam até 4 vezes consecutivas verticalmente sem alterar a posição das pernas e esgravatando o chão com ambos os pés sincronizadamente jogando para trás o material impeditivo. A tendência de executar tal movimento pelo tico-tico é tão forte que mesmo quando come algo sobre uma lage de cimento limpo ou num quintal pula da mesma forma.


Alimentação
É granívora, uma especialização considerada como uma evolução recente. Nota-se, ao mesmo tempo, uma sensibilidade reduzida em relação à sensação de amargo (nos padrões humanos), adaptação vantajosa para o consumo de sementes que são, muitas vezes, extremamente amargas.


Reprodução
Durante a reprodução vivem estritamente aos casais sendo extremamente fiéis a um território, que o macho defende energicamente contra a aproximação de outros machos de sua espécie. Tornam-se assim fáceis vítimas de caçadores.
O ninho é uma tigela aberta e rala, feito de capim seco e raízes. A fêmea bota de dois a cinco ovos, que são de campo esverdeado com uma coroa de salpicos avermelhados no pólo obtuso.

Os tico-tico jovens estabelecem territórios entre o 5º e o 11º mês de vida.

Sofrem pesadas perdas de sua própria prole, pois o Chopim é uma ave parasita que retira os ovos do ninho do tico-tico e põe os seus. A pressão exercida chega a ser tão grande que, em certos locais, o tico-tico é eliminado.



Manifestações sonoras
Canto noturno e canto de susto: ao cair a noite emite um canto diferente, forte, caracterizado por prolongamento e acentuação das últimas notas, como: "hü, djü, djü ziü-ziü-ziü". O canto noturno causa impressão tão diferente do canto diurno que o leigo no assunto pode tomá-lo por vocalizaçõa de outra espécie de pássaro. O canto noturno ocorre de dia em situação de extremo susto, sendo produzido uma vez só, com todo o vigor.


Caça
A família Fringillidae é a mais procurada pelo comércio clandestino de aves silvestres.

SANHAÇO FRADE




SANHAÇO FRADE

O Pássaro:

Nome comum:
SANHAÇO FRADE, Azulão da Serra, Cabeça de velha.

Nome científico: Stephanophorus diadematus

Região onde é encontrado:
Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná Santa Catarina e Rio Grande do Sul.


Mede 19,0 cm de comprimento e pesa 41,5g (macho).

Possui um canto melodioso, variado, lembrando o canto do Azulão.

Habitante notável das florestas montanhosas do sudeste e sul, o sanhaço-frade se destaca nas árvores secas, comumente cobertas por epifitas , dos espigões desolados, de onde sua vistosa plumagem azul contrasta com os vales cobertos de neblina que gradativamente se eleva dos grotões mais profundos, encobrindo por fim toda a paisagem.

Este pássaro pode ser visto com frequência em casais ou pequenos grupos familiares, voando entre as copas das arvores altaneiras à procura de pequenos frutos em companhia de outros frugívoros de altitude, como o sanhaço de encontro azul (Azure - shouldered Tanager) (Thraupis cyanoptera) e o Tiê - tinga (Magpie tanager) (Cissops leveriana).

Na criação em cativeiro o filhote deve ser anilhado no mínimo aos 3 dias e no máximo 5 dias após seu nascimento. Segundo tabela de anilhamento IN 01/03 IBAMA a anilha utilizada é a de Diâmetro 3,0.
Para cada matriz (casal) o criador poderá solicitar no máximo até 6 anilhas por temporada.

(Ver tabela de anilhamento IN 01/03 IBAMA. )

Alimentação:

Pássaro Frugívoro, Insetívoro.
Frutas: maçã, mamão, laranja, goiaba, caqui, banana e frutas de época.
Legumes: cenoura ou beterraba.
Verduras: escarola, serralha, couve.
Agua limpa e fresca, de preferência filtrada.

18/03/2009

CANARIO DA TERRA


Canário-da-terra: Beleza no canto e nas cores
Mutações em canário-da-terra (Sicalis flaveola) é assunto novo, ainda em evolução. Como essas mutações não foram padronizadas e nem

Mutação Amarelo ...............


regulamentadas, ainda perdura muita desinformação a respeito, especialmente quanto aos nomes e as descrições dos pássaros mutantes.
Como 1º Diretor Técnico de Criação de Canário-da-Terra da CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE PASSAROS NATIVOS - COBRAP estou me propondo a dar início a uma regulamentação que possa uniformizar as diversas mutações que já surgiram. Este, portanto, será um marco inicial.
Muita gente sabe que os animais evoluem para melhor se adaptar. Durante essa evolução ocorrem mudanças e alterações no DNA. Assim, pode-se definir mutação como qualquer alteração ou modificação permanente do DNA. A nós ornitófilos o que interessa são as mutações que transformam, alteram ou mudam a coloração e os desenhos originais das penas dos pássaros silvestres, já que, ocorrendo a mutação, as tonalidades e os desenhos passam a apresentar diferenciações dos seus ancestrais nativos.
Minhas vivências pessoais, com as mutações no canário-da-terra, tiveram início há mais de 35 anos atrás, quando, na década de l966/67, pela primeira vez, pude ver e admirar alguns canário-da-terra mutantes, na coleção do meu grande amigo NELSON MACHADO KAWALL. Ele possuía quase duas dezenas de canários-da-terra (Sicalis flaveola brasiliensis) mutação canela e um fêmea lutina (amarela de olhos vermelhos). No Rio de Janeiro, um outro meu amigo, MARIO VENTURA, também possuía um macho lutino.

............ Mutação Canela

Segundo informação do referido Nelson Kawall a primeira mutação a surgir em canário-da-terra foi a canela. Depois, por volta de 1975, o Nelson vendeu sua bela e rara coleção de pássaros mutantes a um outro meu amigo, o ENNIO DE ARAÚJO FLECHA, que foi Presidente da SOB - Sociedade Ornitológica Bandeirante. O Flecha, durante muitos anos, criou dezenas de mutações de vários pássaros nativos brasileiros. Posteriormente, também vi no aviário do Dr. TRAMUJAS, médico em Curitiba, outros exemplares mutantes de canário-da-terra.
Naquela ocasião, se não me falha a memória, as mutações existentes eram de pássaros canelas, os dois lutinos já referidos, os amarelos de olho preto (alguns ainda apresentando suaves marcações melânicas nas costas, asas e rabadilhas) e canários-da-terra manchados, com variados tons de amarelo e negro, os chamados arlequins, alguns que não eram verdadeiras mutações, mas pássaros que apresentavam manchas e pintas de cores diversas, resultantes de deficiências ou mudanças de hábitos alimentares.
Posteriormente, apareceram uns canários amarelos de uma cor chamada de "flor-de-milho", com poucas penas negras, originários do Ceará, que eram muito disputados por colecionadores, mas a mutação (se é que era mutação) não foi fixada. Existiam, também, na época, uns canários-da-terra (Sicalis flaveola pelzelni) com uma coloração diversificada, que vinham do Mato Grosso do Sul, chamados de cinza cor-de-palha, cuja coloração era um cinza claro amarelado. A plumagem de fundo era amarelada. Essa novidade também, segundo me consta, não foi fixada.
Daí para frente, me interessei por esses tipos de pássaros de cores diferentes das normais.
Depois, mais recentemente, surgiram as mutações ágata, as isabelinas e opalinas.
Quanto as pseudo ou verdadeiras mutações arlequins, ainda pairam dúvidas se elas são, de fato, mutações autênticas, ou não, isto é, se podem ser transmitir e ser fixadas, já que inexistem relatos fiéis de pássaros nascidos de cruzamentos arlequim X arlequim terem resultado filhos manchados iguais ou um pouco assemelhativos aos pais. Das minhas experiências, ainda não tenho uma opinião formada. Em rolinhas caldo-de-feijão esse tipo de variação cromática jamais se fixou.

Mutação Opalina ................

Como o canário-da-terra só agora, a partir da década de 1975, vem sendo criado adequadamente em regime de domesticidade (a criação doméstica começou a ser incrementada com regularidade somente após a década de 1990), existem raros e esparsos relatos de mutações nesta espécie de pássaro. Este assunto está ainda embrionário na ornitofilia brasileira. Muitos passarinheiros nem sabem que existem mutações em canário-da-terra. Até hoje, minguadas confirmações técnicas e fontes seguras das reais mutações que já apareceram podem ter confirmação de sua existência e fixação genética. A razão é simples: muitos poucos criadores abnegados puderam concentrar seus esforços neste capítulo apaixonante da história deste nosso pássaro, um dos mais estimados pelo povo brasileiro. Acredito, entretanto, que as mutações já existentes serão fixadas, o número de exemplares mutantes aumentará e diversos criadores irão partir velozmente para criar, visando obter novas mutações, como aconteceu com o canário de cor.
............ Canário da Terra


Esta carência de informação, todavia, não acontece com o Serinus canarius. Segundo consta dos manuais de canaricultura, o referido pássaro, originário das Ilhas Canárias, o popularmente conhecido canário doméstico, canário-do-reino, canário-belga, roller ou de cor, vem sendo criado pelo homem há mais de 500 anos.
Durante este longevo período, centenas de mutações de cores surgiram, foram fixadas e transmitidas ao longo dos anos. Hoje, o número de cores novas (diferentes do tipo normal silvestre) já ultrapassa quatrocentas. Este detalhe é importante, na medida em que induz os criadores a buscar o aperfeiçoamento, melhorar o que existe e chamar a atenção do grande público para a canaricultura de cor. O canário selvagem, primitivo, em face da contínua seleção e aprimoramento genético realizado pelos criadores, foi, aos poucos, sendo alterado, inclusive no seu tamanho, porte e cores originais.
Toda esta diversidade de formas e mutações de cores, com certeza, também ocorrerão com o nosso canário-da-terra. Penso que, em futuro não muito longínquo, iremos ter um canário-da-terra totalmente vermelho, um totalmente branco, um mutante pastel, um topázio e assim por diante, como acorre com o Serinus.
Nestes últimos trinta e cinco anos, as mutações que podem ser citadas e que já ocorreram em canário-da-terra são: canela, lutina, arlequim, amarela, ágata, isabel e opalina.

Crônic

De acordo com Helmut Sick a América do Sul é o continente das aves. O número de espécies residentes neste ultrapassa a ordem de dois mil seiscentos e quarenta e cinco. Se considerarmos as visitantes, chegamos a cerca de duas mil novecentas e vinte espécies (Meyer de Schauensee 1970). Nenhuma outra região do planeta possui uma diversidade como essa, sendo que esse número corresponde a quase um terço das espécies atuais. Destaca-se também a beleza desse grupo, no qual a variedade de formas e de cores


chama a atenção. Uma dentre essas muitas espécies é o Canário-da-terra-verdadeiro, Sicalis flaveola, conhecida por sua vocalização e pela cor característica do macho: amarelo vivo e alaranjado na região do píleo anterior.

Pertencente a ordem dos Passeriformes, subordem Oscines e família Emberizidae, Sicalis flaveola é conhecido como “Canário da Horta” e “Canário da Telha” em Santa Catarina, “Canário do chão” na Bahia ou de uma maneira geral “Canário-da-terra”. Pode ser encontrados da região do Maranhão até o Rio Grande do Sul, abrangendo a região do Pantanal e também as ilhas de São Paulo e Rio de Janeiro. Reaparecem ao norte da Amazônia, das Guianas à Colômbia. Essa família é oriunda do Novo Mundo, são Panamericanos, distribuídos da Groenlândia à Terra do fogo. Existem evidências fósseis desses animais do Pleistoceno (há cem mil anos atrás) e do Plioceno (há dez milhões de anos atrás), encontrados na região da Flórida. Os Emberizidae são os únicos Passeriformes americanos que colonizaram o Velho Mundo, em escala reduzida.

As excepcionais qualidades canoras dessas espécies as tornam muito disputadas por brasileiros e todas as regiões do país. A vocalização pode variar de sons muito fortes, por exemplo, em espécies como o curió, bicudo, azulão e trinca-ferros, a sons mais suaves, como o do coleirinho. Quando um macho encontra com outro da mesma espécie, passa do seu costumeiro canto territorial para um mais diverso, demonstrando sua agressividade (“canto de briga”). O macho de Sicalis flaveola possui um canto de madrugada territorial, extenso, áspero, fraseado sendo bem diferente do canto diurno. Este empoleira e começa a vocalizar no escuro e continua durante todo o crepúsculo, sem a menor interrupção.

O Canário-da-terra costuma correr o solo atrás de sementes. Ao contrário de outras espécies pertencentes ao mesmo gênero, ele pode nidificar em buracos, inclusive ocupar ninhos de outras espécies. Ele é tão plástico nesse ponto, que consegue nidificar em uma caveira de boi ou em um vão de telha em alguma casa (por isso o nome “Canário da Telha”). Aceitam caixinhas de bambu perfuradas e até podem se instalar em densas plantas epífitas. Porém sempre fazem, no espaço disponível, uma cestinha confortável.

Infelizmente, por alguns machos possuírem uma índole muito agressiva, há quem os use como “canários de briga”, uma analogia aos conhecidos “galos de briga”. Os animais são colocados em uma gaiola especialmente grande. A briga pode durar cerca de meia hora. O final acontece quando um dos machos foge ou tomba ferido.

Sicalis flaveola é uma espécie muito conhecida e bastante estudada. Entender o comportamento desses canários e a sua inteligência peculiar, tem sido de grande importância para futuros estudos comportamentais em outros animais.

CAMBACICA


Período Reprodutivo: julho a novembro
Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 221 do Guia das Aves


Habitante da copa e borda das matas ciliares, cerradões, cambarazais e matas secas, o sebinho alimenta-se, basicamente, de néctar das flores, complementado com frutos e insetos. Ao contrário dos beija-flores, não fica voando em frente à flor. Pousado em um galho, enfia o bico na corola e suga o néctar. Nas flores com corola comprida, abre a base das mesmas com o bico e vai até a fonte de néctar. Com essa técnica não poliniza a flor, razão principal para a planta produzir o líquido açucarado e atrair polinizadores.
Na busca por alimento, muitas vezes fica de cabeça para baixo em um galho, visando atingir a flor. Geralmente está no meio das folhas e movimenta-se pelo interior da copa. Entretanto, voa bem e atravessa áreas abertas entre matas ou para visitar uma árvore isolada e florida em um campo. Também visita arbustos isolados e próximos à mata.
A principal característica é o bico relativamente longo e curvo, com a listra superciliar branca destacada contra o cinza escuro, quase negro, da cabeça. A garganta cinza clara é outra região logo notada, em especial pelo contraste com o amarelo vivo do restante das partes inferiores. Cauda curta em relação ao corpo. Em condições excepcionais de luz, é possível ver a pele avermelhada da base do bico (foto).
Comum em todos os ambientes florestados da RPPN e do Pantanal, muitas vezes é de difícil observação pelo seu tamanho e hábito de ficar movimentando-se no meio da folhagem. O canto, por outro lado, é marcante e único. Um chiado alegre e longo, com variações no meio e bem chamativo. Canta o ano todo, com maior constância entre julho e novembro, período reprodutivo.
Adapta-se facilmente a ambientes urbanos, sendo comum até em cidades do porte de São Paulo e Rio de Janeiro. Encontrado nas flores dos jardins do hotel em Porto Cercado, onde pode ser visto sendo perseguido por beija-flores, desejosos de afastá-lo da fonte de néctar. Também visita as garrafinhas com água açucarada colocada para beija-flores.

DOM FAFE


O dom-fafe (Pyrrhula pyrrhula) é uma pequena ave passeriforme da família dos fringilídeos.

Reproduz-se em toda a Europa e na zona temperada da Ásia. É geralmente residente, mas muitas aves do norte migram para o sul durante o inverno.

Preferem um habitat de bosque com coníferas, sendo vistos em parques e jardins. Constroem os ninhos em arbustos ou árvores, pondo 4 a 7 ovos. Alimentam-se principalmente de sementes e rebentos de árvores de fruta, o que os torna particularmente nocivos em pomares.


Fêmea de dom-fafeO priolo foi considerado uma subespécie do dom-fafe mas presentemente é reconhecido com uma espécie distinta.Com 17 centímetros de comprimento o dom-fafe é o membro maior da família dos fringilideos
Possuí uma grande cabeça com um bico bastante forte ideal para quebrar sementes.
É uma ave sociável que se desloca em pequenos grupos procurando bagas e sementes.
Nada sei sobre a sua nidificação dado que apenas são observados no Inverno

08/03/2009

CANARIO PRETO


Canário Preto
Pedro Salviano Filho
Revista Pássaros nro 2



Da sua cor original verde-acinzentada, ater as incontáveis variações de nuances hoje atingidas, são decorridos quase seis séculos. Embora se destacando na sua plumagem os pigmentos negros, o canário não apresentou neste período nenhuma mutação genética que o tornasse completamente negro, embora tendo permitido a introdução do fator vermelho. Esta expectativa pelo aparecimento do canário negro é bem refletida no interessante artigo do Prof. Giorgio de Baseggio, o qual, com autorização, transcrevemos:
"Por mais de um século, a idéia de dar vida a um canário negro é uma preocupação fixa no homem. Um canário, talvez, de aspecto menos atraente que qualquer outra variedade de cor das que já existem, sejam ou não de fator vermelho (herdados do Tarim da Venezuela), porém que sempre seria uma variedade interessante ao extremo.
Desde há mais de 20 anos estou em contato com numerosos hidridistas e investigadores do canário negro, sejam de italianos ou de outros países. Entre as numerosas notícias que estão em meu poder, resumirei as que em seguida exponho, dado que a hipótese para obter o canário negro é, do ponto de vista genético, realizável.
Portanto, dado que seria um belo acontecimento se obter pela primeira vez em nosso país um canário totalmente negro, com as características bem fixadas em seu patrimônio hereditário e transmissíveis de igual forma à sua descendência (feito este que, base as notícias nacionais e internacionais em meu poder, todavia não se tem produzido, apesar de haver-se logrado exemplares inteiramente negros), com o fim de animar a muitos investigadores a empreender seriamente esta carreira sobre bases técnicas e científicas seguras, creio seja oportuno resumir os resultados até agora obtidos. Na Itália, no último decênio, os criadores e hibridistas que realizam sérios intentos na busca do canário negro estão aumentando consideravelmente.
Antes de submeter a exame detalhadamente cada espécie que possuem plumagem negra (cuidados com cativeiro, etc) vamos ver agora os resultados até hoje conseguidos nas experiências de hidridação com o canário.
A etapa histórica na carreira para o canário negro
Com base nos dados em meu poder, passemos agora a desenvolver a "etapa histórica" sobre os intentos efetuados até agora na busca do canário negro.
Pela primeira vez na Europa foi importado em 1873 a Alario (Serinus alarius) pássaro exótico oriundo da África, de cabeça pescoço, manto, garganta, partes anteriores e laterais do peito e remiges negras; dorso marrom vermelho telha; rabadilha e cauda marrom; partes restantes do corpo de cor branca.
O Dr. Franken, alemão, o hibridou pela primeira vez no ano de 1875, com fêmea canária obtendo alguns híbridos criados em viveiro. Alguns decênios mais tarde, um hibridista inglês conseguiu seis híbridos que foram expostos em um certame com o nome de : "Negrinho". Nos anos seguintes, tanto na Itália como na Alemanha, França, etc, se obtiveram outros híbridos, alguns dos quais (sobretudo machos), apresentavam a cabeça, o pescoço, as asas e a parte do dorso negro ou Nero amarronzado.
Porém o Alario se importa só excepcionalmente, cuja escassez impede a repetição dos cruzamentos com vistas a incrementar e difundir a cor negra da plumagem a seus híbridos e descendentes. Os híbridos de Alario x Canária e vice-versa, se tem mostrado tanto férteis como estéreis, embora que as fêmeas F1 pareçam todas estéreis, se bem que Gil indique que obteve na Inglaterra uma fêmea híbrida fértil.
Sobre a fertilidade dos híbridos do Alario, em qualquer caso, o tema está aberto, já que, devido a sua escassez no mercado, as experiências até agora registradas, a igual que ocorre na busca do canário negro com seus descendentes, são demasiado exíguas para oferecer uma estatística positiva. No meu parecer, no alario existe demasiado marrom e, por conseguinte, não está muito indicado na carreira do canário negro.
Com o Negrinho (Volantinia Jacarina."Tiziu"), nenhum resultado
No número de julho de 1915 da revista inglesa "Cage Birds", se cita a possibilidade de obter o canário negro utilizando-se várias espécies exóticas de plumagem negra e os hibridistas dirigiam sua atenção para o Negrito (Volantinia Jacarina), exótico da América do Sul chamado na sua terra de origem de "Sierra Sierra" (N.T. - "Tiziu"), o qual é inteiramente negro no macho com ombros ou infracoberturas alares brancas, embora a fêmea seja marrom, intensamente misturado de marrom escuro.
Em 1936, um belga logrou três ninhadas do acasalamento de macho Negrilho ("tiziu") x canária, porém todos os ovos resultaram estéreis. Entre 1933 r 1940, se fizeram na Alemanha várias tentativas entre macho Negrilho e canária, obtendo Tão somente alguns híbridos que resultaram totalmente infecundos, pelo que este caminho foi sucessivamente abandonado. Faz alguns anos, quem escreve não estava a par destas notícias, pelo que tentei repetidamente o acasalamento entre o Negrilho e canária com os seguintes resultados (este exótico se mostra mais carinhoso para a fêmea, salvo exceções, alimentando-se freqüentemente); muitos ovos claros alguns com o embrião morto aos 4-6 dias de idade, uns poucos híbridos viáveis, de cor marrom escuro completamente estéreis, apesar de que alguém havia escrito recentemente que é possível obter o Negrilho F1 férteis e que, destes híbridos, novamente acasalados com canários, só obtinham diretamente descendentes amarelos, verdes e marrons não diferentes do canário e todo ele considerado como um feito "mais que normal" e dizendo abertamente a possibilidade de selecionar (sic!) exemplares com melaninas negras.
Estas puras invenções da fantasia, expostas diretamente como afirmações, são muito nocivas enquanto geram grandes confusões entre os criadores e denotam tão somente uma presunçosa ignorância e poucos escrúpulos ao difundir notícias que mais são heresias cientificas e técnicas.
O "Negrito da Bolívia"
Sucessivamente os investigadores dirigiam suas atenções para o Negrito da Bolívia (Spinus Atratus), exótico sul-americano que tem a plumagem totalmente negra, excetuado o baixo ventre, penas sub-caudais e franjas alares amarelas no macho, enquanto a fêmea é marrom escura com manchas amarelas, como o macho.
A primeira oportunidade da hibridação do Negrito da Bolívia x canária teve lugar nos Estados Unidos, porém sem resultados positivos. A publicação "Aviculture Magazine", em uma comunicação de E. Hopkinson no ano de 1938, assinala os resultados positivos obtidos na hibridação do Negrito da Bolívia (chamado em inglês "Black Siskin", e na América do Sul, de "Cabecita Negra Chileno") com canária. Na revista "All Pets Magazine" apareceu em 1944 um artigo de C. Krummel que registra o nascimento de vários híbridos de cor verde acinzentado na plumagem dos jovens e quase negro nos adultos. Naqueles anos não se teve notícia alguma sobre a fertilidade dos F1. Nos anos sucessivos foram notificados distintos casos em que se obtiveram híbridos (D. Cameron, 1951; A. Beard, 1952; U. Bolzonella, 1953; A. K. Gill, 1953, 1955; J. A. Diaz, 1954; Bender, 1955; V. Orlando, 1954, 1955, 1956).
Os mencionados hibridistas tentaram todos inutilmente obter R1 nascidos de F1 de Negrito da Bolívia x canária.
Em maio de 1956, o sr. Umberto Bolzonella, de Pádua (Itália), difundiu a notícia seguindo a qual havia obtido dois R1 cruzado com uma canária. Já o sr. Brunelli, de Roa, no início de 1954, havia obtido híbridos F1 a alguns mais nos anos seguintes.
Em Portugal, o Marquês do Fayal obteve em 1961 um híbrido, com a cauda, zona sub-caudal e remiges amarelas, sendo o resto da plumagem todo negro.
O sr. Bonzonella demonstrou, portanto a fertilidade dos F1, sendo o primeiro do mundo a consegui-lo. Não sabemos por que não continuou as experiências no seu primeiro intento de obter o canário negro.
Desde 1962 até nossos dias, numerosos hibridistas, prevalentemente de outros países, obtiveram híbridos com o Negrito da Bolívia. Tais híbridos resultaram umas vezes fecundos e outras estéreis. É necessário comprovar a autêntica fertilidade depois do terceiro ano de vida e até o décimo, no mínimo, pois sabemos que os híbridos dificilmente resultam fecundos nos primeiros anos, pois suas gônadas amadurecem de forma retardada em relação à espécie original da que procedem.
Hoje sabemos que o Negrito da Bolívia é um pássaro extremamente delicado, muito propenso às doenças gastrointestinais e a distúrbios do sistema circulatório, dado que é uma espécie de montanha e necessita ambiente fresco, não úmido, e se adapta mal aos níveis baixos das planícies. Num artigo a propósito, trataremos detalhadamente desta espécie, suas necessidades e cuidados em cativeiro.
Das experiências realizadas até agora, se tem obtido F1, R1 e R2.
Parece, mas não tem sido, todavia, convenientemente comprovado, segundo "rumores" chegados até nós, que em diversas partes do mundo se tem obtido exemplares similares ao canário, completamente negros (na Bélgica, Itália, U.S.A., Alemanha), procedentes do Negrito da Bolívia.
Na Bélgica, L. Tielens, secretário da C.O.M., sustenta ter obtido o canário negro com Negrito da Bolívia (notícia que ele mesmo me comunicou na presença de diversas testemunhas).
O Lúgano Dorso negro
Principalmente durante os últimos vinte anos, de haver hibridado com a canária também o Lúgano Dorso Negro (Spinus Psaltria), conhecido na Colômbia e Venezuela como Capanegra, negra nas partes superiores e amarelo intenso nas inferiores (macho), embora as fêmeas apresentam as partes superiores marrom esverdeadas e cinzenta, e as inferiores amarelo pálido. Diversos hibridistas, entre os quais se inclui quem escreve, tem obtido F1.
Porém, somente um hibridista alemão e outro italiano tem continuado adiante com os experimentos. O italiano é o valente Mario Masé, de Bolzano, que no ano de 1969 obteve um F1 cinza escuro uniforme com uma franja branca nas asas (herdada do exótico), produto da hibridação entre Lúgano Dorso Negro e canária verde. No ano de 1971, deste F1, acasalado com canária verde, obteve 3 R1; um macho com plumagem cinza escuro, muito escuro, com extensas zonas negras; ombros amarelos, franjas alares amarelas; e duas fêmeas de cor cinza-claro. Em 1972, do F1 (sempre cruzando com canária verde), obteve outros cinco R1 (3 machos e 2 fêmeas), com as mesmas características dos obtidos anteriormente. Em 1973, o sr. Masé cruzou os R1 de ambos os sexos com canária verde. Os machos R1 demonstraram ser completamente fecundos na união com fêmeas canárias. Em 1973 nasceram 8 R2, seis machos e duas fêmeas, todos eles do mesmo tamanho que o canário de cor, embora os R1 fossem de tamanho um pouco menor que o canário e os F1 de tamanhos intermediários entre as duas espécies. Os machos R2 são muitos escuros, com asas e cabeças negras; franja branca, muito extensa nas asas e certos exemplares apresentam as remiges totalmente brancas. As fêmeas R2 são de cor ardósia, mais clara que os machos R2, com, zonas de plumagem claras.
O sr. Masé tem continuado os cruzamentos dos exemplares ardósia muito escuros, com zonas complementares negras, para busca do Mesettino, como pretende chamar (se o conseguir), o canário negro (ITÁLIA ORNITOLÓGICA Nro 3, 1978; transcrito também em LAS AVES (Redorni) nro 21 -mai/jun, 1979, pág.25).
Neste período de convívio com o homem, o canário apresentou muitas mutações, tendo alguma delas sido ignoradas pelo desconhecimento, e perdidas no tempo.
No que concerne à cor de plumagem, as filiações possíveis das diversas mutações são assim esquematizadas pelo sr. Maurice Pomarede, no seu livro "Lê Canari - Précis de Canariculture": Relatos sobre o aparecimento de canário negros não são tão infrequentes.
Num artigo escrito pelo sr. Giuseppe P. Mignone, intitulado "Observações sobre o aparecimento de um canário negro", extraímos alguns trechos:
"... o problema da obtenção da linhagens de colorido melânico escuro (negro) difuso sobre todo o manto é indubitavelmente um dos problemas mais interessantes, também e sobretudo do ponto de vista hibridológico, porém menos rico de resultados; isto justifica as tentativas de numerosos ornitologistas hibridistas (o u não) de tentar soluções em várias direções."
Nesta breve nota me proponho ilustrar uma experiência sobre argumentos anotados pelo colega Ph. Deckers sobre uma linhagem de canários Border. Em 10 de fevereiro Deckers recolocava o ninho na gaiola de criação e três dias depois se iniciava a postura do primeiro ovo, ao qual se seguiram outros quatro para um total de cinco, dos quais dois fecundos. A eclosão do primeiro ovo se verificou em 1 de março, e se tratava de um indivíduo normal, de pele vermelha; o segundo apresentava, ao invés, cabeça, pescoço e pele escuros; o terceiro era inteiramente, pelo contrário, de pele negra, bico e patas inclusive. Infelizmente, aos cinco dias do nascimento, este terceiro filhote foi achado morto no ninho com o papão completamente vazio. Acrescenta Deckers: "...poderão me acusar de incapaz nos cuidados e tratamento, porém desejo precisar minha justificativa que um certo fator possa ter determinado a negatividade desta interessante experiência, devido a que o filhote negro quando abria o bico não mostrava na mucosa um bonito avermelhado, vivo, como nos outros filhotes no ninho, mas havia um palato e garganta escuros (negros). Esta, segundo eu, é a razão para que os pais tenham tido menos "convite" a alimenta-lo; entretanto, cuidavam e alimentavam amorosamente os outros dois. Tratar-se, todavia, no nosso modesto parecer, de anomalia pouco difusa em cativeiro, devido a modificações cromáticas e fisio-químicas, que se concretizam com a produção e acúmulo de pigmentos e de formação ultra-estruturais, cuja histiogênese é presumivelmente ligada a fenômenos das oxidações e co-envolvem o metabolismo celular. Tais fenômenos, devido quase certamente a mutações insurgidas a nível somático pro conseguinte, não transmissíveis hereditariamente à Lei de Mendel, em que pese a esperança de Deckers posso estar, outrossim, interpelando como uma carência de enzimas capazes de ativar no protoplasmas reações apropriadas, ou são conseqüentes a presença das partículas metabólicas, como radicais livres, que formam na célula como produtos transitórios das reduções dos lipídios.
Normalmente a célula, em pleno vigor metabólico, como aquela dos filhotes, está em grau de anular a presença de tais radicais livres graças aos sistemas antioxidantes, os conhecidos sistemas "lixeiros"("scavengers").
Não se pode excluir que este processo de anormal acúmulo melânico a nível celular, constitui das máximas verdades e próprios processos lesivos da vida celular própria, se repercutindo sobre as condições de funcionamento dos tecidos e, assim, de todo o organismo, levando em definitivo e próprio irreversíveis e fatais. Por e sob esta razão e sobre estes problemas, cabe advertir dos anúncios sensacionalistas, hibridológicos ou puramente seletivos, que vez por outra emparelham nos mas media avulsos do contexto rigoroso do qual estão originados e que estão assim susceptíveis de interpretações incorretas."("Osservazione Sull'Apparizione di um Canarino Nero"- in IL MONDO DEGLIUCELLI - ano X, nro 6-Nov/Dez 1980, pág. 239)
Há alguns anos, ocorreu na Itália uma mutação chamada Pele Negra. Em correspondência pessoal (2 de julho 1983), o prof. G. de Baseggio nos informa:
"...os filhotes nasciam com a pele negra, muitos morriam, outros (uma minoria) chegavam a adultos; estes tinham o bico e patas negras, a pele escura, a plumagem verde-negra ou negra com áreas verdes; a plumagem dos adultos é, quase sempre, descomposta; os adultos, freqüentemente, são estéreis ou parcialmente férteis; são canários débeis, que fizeram um certo sucesso há cerca de 10 anos na Itália; mas a constante delicadeza do seu organismo, a escassa fertilidade, a elevada mortalidade dos jovens e adultos tem feito reduzir muito a criação (nestes últimos anos não se houve mais falar de criadores que criam, na Itália, os Pele Negra").
Afora alguns casos registrados na literatura brasileiro (como por exemplo o pitoresco relembrado em boletim da CRAC-Canaricultores Roller Associados Cariocas: Um fato em Foco - Canário Preto, onde em 1954/54, na cidade de Niterói, um canaricultor haveria conseguido híbridos de canária x Tiziu (Volatinia jacarina, este em liberdade), pouco se observa de concreto.
O Canário Negro Brasileiro
Em fevereiro de 1983, o criadouro do Sr. Roberto Domingos D'Agostino, em Campinas - São Paulo, nasceu um estranho canário verde escuro, que no seu desenvolvimento ficou com sua plumagem praticamente negra, com pequenas áreas em algumas extremidades de penas algo marrom. O bico e uma unha da pata direita são apigmentados. A subplumagem é uniformemente negra e a pele avermelhada. O canário é filho de um macho mestiço ágata com verde e uma fêmea cobre, que estavam sendo utilizados como "ama-seca" para Yorkshire. Este fato foi registrado no "Anuário Técnico" da UCRB (União dos Canaricultores Roller do Brasil), editado em junho. Com a divulgação desse fenômeno, obtivemos várias informações.
Do sr. Wallace Dean, antigo e conceituado articulista do CAGE & AVARY BIRDS (jornal inglês editado semanalmente) em correspondência pessoal de 30 de agosto, obtivemos:
"Tenho estado no ramo da criação de canários por cerca de quarenta anos, e neste tempo um certo número de canários negros foram criados.
O último que vi foi criado pelo sr. Hughes de Wales, que obteve seu pássaro de um casal de Gloster algo manchados de amarelo. Eu estudei este pássaro de perto, o qual a maior parte era negra, o dorso, estrias nos flancos,e algumas penas da face eram verdes.
Umas poucas penas da cauda eram amarelas. A conclusão a que cheguei foi de que ele era um verde melânico e era muito dividido se a sua estranha coloração seria herdada pelos seus descendentes.
A versão melânica de vários pássaros pode ser produzida, por exemplo, no "Bullfinch", certas variedades de faisões, etc, mas nenhuma delas é permanente e voltam ao normal na muda seguinte. Se isto aconteceu ao pássaro do sr. Hughes eu não sei. Pelo que sei, este pássaro, junto com seus pais, foram para o sr. Ascheri (Paris) e nenhuma notícia foi recebida sobre os mesmos desde então (1945/6), portanto parece ser razoável presumir-se que a cor retornou ao normal, ou que esta anomalia não foi transmitida aos seus filhos.
Um pássaro, grandemente favorecido pelos criadores de canários de cor, o qual pode produzir um canário negro, é o Negrito da Bolívia (Bolivian Black Siskin - Spinus Atratus). Esse pássaro pode cruzar com o canário, porém não tão facilmente quanto o Tarim-da-Venezuela (Red Siskin - Spinus Cuculatus).
Algum sucesso foi obtido com a criação de gerações de F2 de híbridos por um criador da Itália. Mas as notícias são muito esparsas e eu não sei de posteriores progressos.
Existe o negro no Tarim da Venezuela, mas nenhuma tentativa tem sido feita para isolá-lo. Alguns híbridos (F2-F3-F4) mostram distintas marcas negras, mas os criadores dominados pelo canário vermelho muito poucas tentativas tem sido feitas para isolar este negro.
É interessante que o canário negro mencionado no seu artigo venha de uma fêmea cobre. Se esta é de origem híbrida, então há possibilidade que seja influência do Tarim. Se o pássaro se confirmar macho, é desejável acasala-lo com sua mãe. Será apenas a produção de um outro canário negro durante as duas ou três gerações seguintes que determinará se este aspecto anormal é herdado.
A retenção do negro após a próxima muda é que mostrará se ele é "melânico". É comum que desapareça com a próxima muda.
Também tentativas devem ser feitas para produzir outro negro no próximo ano a partir do macho original. Acasala-lo com a fêmea cobre poderá ser de auxílio, porém sem qualquer outro conhecimento da sua herança do negro é difícil saber o que melhor fazer.
Estou de posse de algumas fotos feitas a partir dos seus slides e submeterei a cópia junto com seus comentários ao "CAGE & AVIARY BIRDS".
Especialmente dedicado a este artigo o prof. Giorgio de Baseggio escreveu, em 5 de setembro "Canário Negro".
O canário negro brasileiro, do qual tenho conhecimento, trata-se de um macho, podendo ter havido origem provavelmente de uma das seguintes causas:
A-variação somática temporária. Devida a particulares situações ambientais (ex: sabe-se que o ambiente muito úmido torna escura ou quase negra a plumagem, enquanto em ambiente seco (árido) torna mais clara a plumagem; isto acontece tam'bem na natureza; eu próprio tive uns "Ciuffolotti"(Pyrrhula Pyrrula) fêmeas mantidas em viveiro na sombra e com umidade que, na muda das pelas, trocaram a plumagem uniformemente ou parcialmente negra; na muda sucessiva a sua plumagem tornou-se anormal), ou alimentares (a carência de determinados princípios alimentares pode, às vezes, fazer escurecer a plumagem). Se se trata dessa "variação somática", na primeira ou segunda muda a plumagem do canário negro deve tornar-se normal (como aquela dos pais) desde que a alimentação esteja correta.
B-mutação genética hereditária: Se se trata de uma mutação genética, é provável, sendo o canário um macho, trata-se de um "fator homozigoto recessivo" (em tal caso ambos os genitores deverão ser portadores do fator negro. Uma outra hipótese pode tratar-se de uma "mutação dominante", havia no embrião dentro do ovo (porque, do contrário, no caso de uma mutação dominante, um ou ambos os genitores deveriam ter tido também sua plumagem negra).
Se bem entendo, o canário negro, após ter superado a muda, tem novamente "colocado fora" as penas negras e cinzentas; se se tratasse de uma variação somática (veja ponto A), a plumagem devia tornar-se como aquela normal dos pais.
Tenho examinado, com uma lente, as penas do peito, que recebi: são uniformemente negro-esfumaçadas, e isto é um fato muito positivo, no sentido que se tem demonstrado uma difusão de melanina (indispensável para obter-se uma plumagem negra), entretanto nós sabemos que os canários verdes (Serinus Canarius) apresentam uma concentração de eumelanina negra na parte central.
Desejaria receber, se possível, algumas penas das asas (remiges) ou cauda (timoneiras). Realmente pretendo examinar, junto a um laboratório especializado, todas as penas (peito, remiges, timoneiras) no microscópio eletrônico, no intuito de estudar a estrutura da pena e também o tipo das distribuições dos granulócitos melânicos (depois lhe enviarei os resultados obtidos)."
De Montpellier, na França, o sr. Maurice Pomarede, em 6 de agosto, escreveu:
"Duas hipóteses são possíveis: o canário negro é uma mutação ou então uma anomalia resultante de problemas endócrinos.
Se for uma mutação, a cor se conservará na muda. Se for um problema glandular a cor se alterará e poderá reverter ao tipo negro-marrom clássico.
Nunca, no meu conhecimento, foi constatado um canário negro que tenha sido um mutante cuja cor possa ser passada a seus descendentes. No caso do pássaro que nos interessa será necessário, se possível, cruza-lo com um dos seus pais e a seguir cruzar um de seus filhos com ele. A consangüinidade deverá permitir obter outros canários negros.
O fator para o azul, ao qual fez referência em seu interessante artigo, não pode, efetivamente, conduzir ao canário negro. Ele simplesmente ativa a cor concentrando a eumelanina em detrimento da Feomelanina. É um método para melhorar o canário negro, mas não para obtê-lo. O canário negro não pode resultar senão que de uma modificação de ação da glândula hipófise.
Esta última deverá produzir muito mais MSH. Este aumento de produção pode ser devido a uma mutação concernente às células que fabricam este hormônio. Se o gen é livre e recessivo, ele não pode se expressar ao desaparecimento do hormônio MSIH que, normalmente, limita a ação do hormônio MSH.
Esta última possibilidade me parece mais verossímel. Ao curso da muda, uma transformação endócrina pode afetar a produção de MSH e tem-se visto pássaros que se tornam negros ou cessam de ter o negro em sua plumagem. Bem entendido que neste caso não estamos na presença de uma mutação, mas de um distúrbio endócrino passageiro, mas que se faz notar nas penas até a próxima muda.
O canário negro brasileiro nascendo negro, pode muito bem se tratar de uma mutação, mas só o tempo dará certeza. Eu fiquei um pouco surpreso de ver que ele não é totalmente negro e que conserva o marrom em pontos que não consigo explicar. Espero que se obtenha outros canários negros a partir deste".
Prosseguindo suas observações, em 28 de agosto o sr. Pomarede escreve
"... tomei conhecimento do fato que o canário negro é um macho. Eu já suspeitava pelo seu ar agressivo e sua cabeça achatada, muitas vezes características dos canários machos.
No caso de uma mutação, o que me parece provável, o cruzamento com a mãe é o mais indicado, mas pode também cruzar com uma fêmea que seria do tipo negro-marrom, mas com duplo fator azul (Isto é, com plumagem mais escura e brilhante). Com efeito, a análise que se pode fazer da mutação é a seguinte:
Deve-se admitir que o caráter negro é devido a um gen que pode ser livre e recessivo, ou seja, dominante. Deve-se eliminar o gen recessivo ligado ao sexo (porque o exemplar é um macho) e um caráter dominante ligado ao sexo é incompatível com a raridade dos canários negros.
Que em duplo exemplar, o que se supõe que os pais eram consangüíneos, O aparecimento de um mesmo gen em dois pássaros não parentes, e isto num mesmo tempo, é altamente improvável. Ora, eu não penso que haja essa consangüinidade. Por conseguinte, pode-se pensar que o canário negro não intervém em gen livre e recessivo.
Se o gen é dominante, ele necessariamente apareceu na hora da formação dos gametas em dos pais. E existe em um só exemplar, e é provavelmente letal em estado homozigoto. Se ele não fosse letal, nós teríamos conhecimento de muito mais canários negros. Neste caso, o canário negro é necessariamente heterozigoto, para o gen responsável, que se poderia chamar fator negro. O que se refere o dr. Giorgio de Baseggio, reforça a hipótese de um gen letal. A característica letal poderia ser mais ou menos marcada em função de outros fatores.
Assim como aparecem muito poucos canários com topetes, espontaneamente, isto é, a partir do canário sem topete, aparecerá muito pouco do canário negro. Enquanto que no topete só concerne o modo de cruzamento das penas, na melanização está em jogo um mecanismo muito complicado, que se refere à vida do indivíduo: intervenção de hipótese e do hipotálamo. O canário negro arrisca mais a desvantagem dos distúrbios funcionais que o canário de topete".
Em artigo publicado na revista francesa "LE JOURNAL DES OISEAUX"(Nro 1 de fevereiro de 1980), intitulado "As Melaninas", o sr Michel Darrigues escreve:
"... Nós podemos concluir dizendo que o canário negro existe e que se trata do negro-marrom atual, mas que jamais o canário negro estará como um corvo ou um pássaro preto, pois o negro é sempre segregação mais clara sobre os bordos. Mais de um fenômeno lipocrômico vem colorir nossos canários de cor, a não ser que haja fenômeno de melanismo, que é uma desregulação hormonal passageira, e nós temos com freqüência constatado um Pintassilgo (carduelis Carduelis) Negro,, um canário negro, mas, no ano seguinte, estes pássaros (após a muda) tornaram-se normais".
Contestando algumas afirmações, o sr. Pomarede, em 26 de setembro, nos escreveu:
"...Não é fácil ter conhecimento suficientes de biologia e genética, que requerem muito estudo. Eu conheço o sr. Darrigues, que é um criador e juiz reputado. Apesar de respeita-lo, tive que corrigir alguns erros. O sr. Mesmo me constata que está errado em dizer que o canário negro existe e que se trata do negro-marrom atual. O negro-marrom não é um canário negro, mas o canário negro pode existir. Igualmente ele mistura melaninas. De fato a eumelanina pode não ser negra, pois ela explica a cor dos olhos humanos, mas não se pode confundi-la com a feomelanina. A eumelanina não é jamais marrom, como é na plumagem dos pássaros a feomelanina".
Da Holanda, o sr. F.H.M.Kop, em julho, escreveu:
"...Pela estrutura das penas eu determinei que as penas que me enviou não possuem estrutura azul de maneira nenhuma. Eu não acho que o pássaro seja um mutante ao longo da prole; o pássaro é presumivelmente um macho, o gen explica as manchas do pássaro jovem depois da primeira muda.
O pássaro é, contudo, muito mais escuro que qualquer verde ou mesmo que qualquer canário azul-aço que eu tenha jamais visto no meu microscópio e deve, desta maneira, ser considerado um aquisição muito valiosa para nossa canaricultura".
Em 23 de setembro o sr. Kop envia mais informações: